Vítimas do naufrágio no Pantanal são sepultadas sob clima de forte emoção

Grupo de Rio Verde que estava em barco que naufragou no Pantanal/Reprodução/TV Anhanguera

MATO GROSSO DO SUL – As quatro pessoas da mesma família que morreram em um naufrágio no Mato Grosso do Sul foram enterrados no último domingo (17) em Rio Verde (Goiás).

O corpo de uma quinta vítima foi resgatado, mas até ontem não havia foi transportado para o município goiano. Amigos e parentes se emocionaram na despedida do grupo. “É um momento ímpar, difícil. Um momento igual a esse eu nunca passei na minha vida, é o pior momento da minha vida até hoje”, disse Osvaldo Alves de Souza, que perdeu dois irmãos, um sobrinho e o marido de uma sobrinha.

Foram enterrados os corpos de: Thiago Souza Gomes, de 18 anos; Fernando Gomes de Oliveira, de 49 anos, pai de Thiago; e os irmãos Olímpio e Geraldo Alves de Souza, de 71 e 78 anos, respectivamente. Olímpio, sogro de Fernando e avô de Thiago.

O dentista Leonardo Oliveira Alves, de 47 anos, um dos sobreviventes e filho de Olímpio, disse que tudo aconteceu em questão de segundos. “Eu estava morto naquele momento, cheguei a pensar que ali que tinha acabado a vida. Machuquei um pouco, porque caiu coisa em mim e, de repente, Deus me tirou de lá e eu consegui sair”, disse. uma das vítimas.

“Eu chorei muito, sofri muito, meu pai era meu guia, mestre, meu líder. O que me conforta é a alegria que ele estava lá comigo. A alegria que deixei naquele rosto, o tanto de beijo que eu dei. Isso para mim vai ficar”, contou.

O dentista contou que a família ia todos anos a Corumbá para pescar. Os momentos antes do acidente eram de extrema alegria entre eles. O grupo fazia um churrasco, que encerraria o passeio.

O tempo, então, ficou nublado rapidamente, mas sem vento forte. Porém, segundos depois, uma rajada de vento quase derrubou uma geladeira. Ele segurou o eletrodoméstico e ficou na parte de cima para ajudar a organizar as coisas.

“Nesse momento, quando a gente pegou uma vasilha de comida, era para eu ter descido, mas eu voltei para pegar um celular. Quando eu peguei o celular, o barco, em dois segundos, porque não deu tempo de respirar, o barco de 75 toneladas levantou e virou”, contou.