Vendedor de balas é assassinado por PM na estação das barcas no Centro de Niterói

Hyago, foi morto com um tiro após discussão em frente à bilheteria

O PM Carlos Arnaud Baldez Silva Júnior, que atirou no ambulante na porta delegacia/Reprodução

Corpo de Bombeiros foi acionado, mas Hiago já estava morto/Reorodução

A família do jovem entra em desespero após ver o corpo do jovem/Reprodução

Hiago Macedo, de 21 anos, foi friamente assassinado por um policial militar, que estava de folga, em frente à estação Arariboia, no início da tarde de hoje (14), no Centro de Niterói, Região Metropolitana do Rio.

Testemunhas contaram que uma briga entre três homens teria sido o motivo para o tiro, que resultou na morte de Iago, que vendia balas no momento do crime. Ele teria oferecido o produto para um pedestre e o PM Carlos Arnaud Baldez Silva Júnior, que é lotado no 7º BPM (São Gonçalo), se incomodou com a atitude.

Os dois começaram a discutir próximo à bilheteria e o agente disparou um tiro. A CCR-Barcas confirmou que houve uma confusão entre dois pedestres nas imediações da estação.

O PM foi levado para a 76ª DP (Niterói) e depois para a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Ele possui licença para arma de fogo. “Eu só posso falar mediante ordens do meu superior, que é o comandante do 7º BPM”, disse Carlos na porta da delegacia.

Versões desencontradas
Segundo a Polícia Militar, o PM interviu em uma tentativa de roubo na Praça Arariboia. Na ação, ainda segundo a PM, Iago teria “investido contra sua integridade, sendo atingido por um disparo”.

Amigos e familiares da vítima negaram a versão e afirmaram que Iago não portava nenhuma arma. “Pode puxar nas câmeras, ele foi abordar uma pessoa para vender bala e no momento o rapaz chamou ele de ladrão e disse que os meninos da bala abordavam as pessoas para roubar celulares.

O policial que estava do lado se envolveu. Meu primo é sujeito homem, debateu com ele, e ele (o policial) meteu a mão na arma e deu um tiro só. A bala dele uma custa R$ 3 e duas é R$ 5, e a vida do meu primo pra ele custa quanto?”, disse Jonathan César, primo da vítima.

Trabalhava para sustentar a filha
Jonathan contou ainda que Iago trabalhava para sustentar a filha de dois anos e outros cinco filhos de familiares. O clima na região é de revolta e tensão. Segundo a polícia, Yago tinha passagens por tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo em 2012 e porte de droga para consumo próprio em 2014.

Revoltadas com o crime, as pessoas que estavam no local tentaram fechar o trânsito e chegaram a incendiar colchões na pista, mas o fogo foi apagado por policiais.