Suspeito de matar a própria mãe no litoral de SP fez post após crime: ‘Obrigado por tudo’

Plantão

O jovem Bruno Eustáquio, de 23 anos, suspeito de matar a própria mãe, Márcia Lanzane, de 44 anos, foi indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar, segundo a Polícia Civil. A Justiça decretou a prisão preventiva do suspeito.

O crime ocorreu em Guarujá, no litoral paulista, em dezembro de 2020. Na época, o suspeito chegou a fazer uma postagem nas redes sociais lamentando a morte da mãe. “Te amarei para sempre! Obrigado por tudo meu amor. Luto Eterno Rainha”, diz a publicação.

Imagens obtidas pelo G1 nesta quarta-feira (2) mostram o rapaz segurando o pescoço da vítima e a agredindo com socos dentro de casa, no bairro Sítio Cachoeirinha, antes da morte da mulher. Os vídeos do circuito interno de segurança do imóvel foram encontrados dentro do forno do fogão.

O advogado do suspeito, Anderson Real, disse que ele afirmou ter apertado o pescoço da mãe para imobilizá-la, não para matá-la, e que ela teve um “pequeno desmaio”, ele saiu de casa em seguida e, quando voltou, encontrou ela morta.

O caso foi investigado pela Delegacia Sede de Guarujá. O inquérito policial com o indiciamento foi concluído em 31 de maio de 2021 e encaminhado à Justiça. A defesa dele afirma que ele está arrependido e que segurou o pescoço da mãe apenas para imobilizá-la.

Suspeito ligou para amigos e familiares após morte da mãe
Na época do crime, familiares relataram à reportagem que o jovem teria ligado para amigos, desesperado, e acionado a polícia, afirmando que encontrou a mãe morta em casa. Segundo a Polícia Civil, o primo da vítima relatou que o jovem contou a ele que saiu de casa pela manhã para treinar, e que quando retornou encontrou a mãe caída no quarto dele, aparentemente sem vida.

Inicialmente, ele não contou aos policiais sobre ter envolvimento com a morte da mãe. A primeira suspeita dos investigadores surgiu ao notarem que Márcia havia morrido muitas horas antes de as equipes serem acionadas.

Ainda de acordo com a polícia, após suspeitarem das circunstâncias da morte, os investigadores foram até a residência da vítima e questionaram o filho. Ele alegou que teria sido uma morte acidental, após ele empurrá-la durante uma discussão. Em seguida, segundo ele informou às autoridades, Márcia teria caído e batido a cabeça.

No entanto, câmeras do circuito interno da casa mostram, na data do crime, o rapaz andando pela casa e entrando em um dos cômodos. Ele fecha a porta e, depois de quase duas horas, abre novamente.

Às 21h17, mãe e filho aparecem na porta e, segundos depois, entram em luta corporal. Os dois caem no chão, e o jovem fica em cima da mãe. Ele prende ela pelo pescoço e, logo em seguida, começa a dar socos nela. Depois disso, o jovem sai do quarto e segue para a sala, onde continua vendo televisão. Na manhã seguinte, ele ainda sai de casa, supostamente para ir à academia, e retorna.

Defesa diz que suspeito está arrependido
O advogado Anderson Real, que representa o filho da vítima, afirma que o jovem relatou que o HD das câmeras foi fornecido por ele.

“Após a morte, a polícia foi lá na residência, o levou para a delegacia e, durante o trajeto, questionou se não tinha câmera. Os policiais perguntaram onde estava o HD, e ele disse a verdade, que escondeu no forno porque estava com medo”.

De acordo com Real, o filho de Márcia alega estar arrependido. “A versão dele é que, realmente, teve uma discussão, uma briga, arranhões, mas até então ele negava o estrangulamento. Agora, com as imagens, ele confessa que apertou o pescoço dela para imobilizar, e não para matar. Ele alegou que, depois disso, houve um pequeno desmaio da mãe, mas que ela não morreu naquele instante”, diz.
“Ele afirma que chegou a voltar no quarto várias vezes depois disso para falar com ela, e que depois foi para a academia. Quando voltou, encontrou a mãe morta. Ele pediu ajuda para um amigo lhe explicar primeiros socorros, e depois acionou o Samu. Ele está totalmente arrependido pela briga que ocorreu com a mãe, e em nenhum momento tinha qualquer intenção de matá-la”, diz o defensor.