Suspeito de integrar pistolagem, chefe da milícia é preso no Rio

Miliciano

Os agentes apreenderam uma pistola e dois carregadores/Divulgação/Polícia Civil 

O homem apontado pela polícia como o chefe da milícia da favela do Quitongo, em Brás de Pina, na Zona Norte do Rio, foi preso em flagrante por agentes da 38ª DP (Brás de Pina). Rodrigo Padilha de Souza, conhecido como Cacau, foi capturado ontem em Bonsucesso,também na região.

Segundo as investigações, ele é suspeito de integrar a quadrilha de pistoleiros do Escritório do Crime, que atua na Zona Oeste. Com Cacau, os policiais apreenderam uma pistola e dois carregadores. Contra o bandido foram cumpridos mandados de prisão por crimes de homicídio qualificado.

O Escritório do crime começou a ser investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do RJ a partir das investigações do caso Marielle Franco. Entretanto, concluiu-se que não houve participação da gangue.

Morte em confronto
De acordo com a Polícia Civil, as primeiras prisões de líderes do grupo foram feitas no ano passado, nas operações Favorito e Favorito 2. No início deste ano, o chefe da quadrilha, ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, o Capitão Adriano, morreu em confronto com a polícia na Bahia, numa casa onde se escondia há meses.
Em junho, a polícia prendeu outras frentes do grupo de milicianos na operação Tânatos, como Leonardo Gouvêa da Silva, o Mad.

Numa das denúncias apresentadas, descreve o MPRJ que na atuação do grupo criminoso há emprego ostensivo de armas de fogo de grosso calibre: “a agressividade e destreza nas ações finais revelam um padrão de execução. Fortemente armados e com trajes que impedem identificação visual, tais como balaclava e roupas camufladas, os atiradores desembarcam do veículo e progridem até o alvo executando-o sem chances de defesa. ‘Capitão Adriano’ é apontado como mandante do homicídio de Marcelo Diotti da Mata, cuja execução, na noite de 14 de março de 2018, no estacionamento de uma hamburgueria na Barra da Tijuca, ficou a cargo do grupo criminoso agora denunciado. Diotti, que já havia sido preso por homicídio e exploração de máquinas de caça-níqueis, era visto como desafeto por seus executores”.

O mesmo grupo criminoso é apontado como autor da tentativa frustrada de execução do PM reformado Anderson Cláudio da Silva, o Andrinho, em 6 de janeiro de 2018, na Rua Ribeiro de Andrade, em Bangu. O alvo, no entanto, não foi atingido pelos disparos. Após essa data, o MP descobriu que os denunciados, em diferentes dias, se deslocaram a outros endereços vinculados a Anderson, com o intuito de monitorar sua rotina, em busca de obter êxito em uma segunda investida criminosa, que veio a ocorrer em 10 de abril do mesmo ano.