Será que a prefeita de Japeri comeria feijão recheado de larvas?

 

Em um meio a um vendaval de polêmicas, a popularidade da prefeita Fernanda Ontiveros (PDT) desce ladeira abaixo. A última envolve um caso revoltante para as famílias dos cerca de 15 mil alunos da rede municipal de Japeri, na Baixada Fluminense, que estariam sendo tratados como porcos.
A Prefeitura pagou R$ 17 milhões na compra dos kits alimentação com produtos de péssima qualidade fornecidos pela Nutri Foods Refeições. O valor é quatro vezes mais do que a licitação original, que custaria R$ 3,7 milhões. A empresa foi contratada em caráter emergencial, sem licitação, conforme o Extrato de Dispensa 006/2021 publicado no Diário Oficial do município.

Há cinco meses, os alunos aguardavam a entrega dos kits, mas para decepção deles os alimentos foram entregues com aspecto de má conservação, tornando o produto, no caso do feijão, praticamente impróprio para consumo.

Crítica nas redes sociais e decepção
O produto estragado causou polêmica no município e ecoou nas redes sociais forçando a prefeitura a recolher alguns kits. Numa página do Facebook uma internauta escreveu: “Porque estão recolhendo os kits alimentação no Aristides (Escola Municipal Pastor Aristides Arruda)?”, perguntou. Em outra mensagem, pergunta outro internauta a um vereador: “Alô vereador Rogério Castro (Rogerinho RR), vossa excelência sabe me dizer quem foram os responsáveis por este absurdo em favor da população de Japeri?”.

A prefeita também é criticada por não promover melhorias em Japeri: “Cadê a melhoria que ainda não estamos vendo? Em vez de asfaltar as ruas que são barro puro, vai inventar de fazer ciclovia para dar acesso a mais assaltos. Isso é um absurdo!”

Comida para porcos na mira do Ministério Público
O caso das larvas no feijão foi relatado em reportagem exibida pelo RJ1, da TV Globo, na qual os pais de alunos mostram em um vídeo com os sacos de feijão recheados de larvas. Uma mãe desabafa: “Uma prefeita, que é uma doutora, que tem que zelar pela saúde das crianças, comprar um alimento que está prestes a ser estragado….”
Além de embrulhar o estômago, feijão com larvas não é comida recomendada para seres humanos. Mas seria um prato cheio para porcos. Já que a política da prefeita Fernanda Ontiveros parece achar conveniente oferecer alimento de qualidade duvidosa aos alunos carentes da rede municipal, será que a chefe do Executivo levaria esse feijão pra sua mesa?

A questão é que o caso é grave e requer uma apuração mais detalhada para responsabilizar os culpados por esse absurdo. Cabe agora ao Ministério Público investigar como o governo municipal chegou ao valor de R$ 17 milhões para comprar alimentos estragados. E, prefeita, educação precisa ser tratada com dignidade e não de forma aparentemente desprezível.