Secretária de Saúde de Magé é presa suspeita  de integrar esquema de desvio de R$ 9 milhões do SUS 

Presa - manchete

Carine Tavares é suspeita de integrar esquema milionário. O vereador Clevinho Vidal também foi alvo da operação da Polícia Federal, que fez devassa na sede da Secretaria Municipal de Saúde/Reprodução

A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã de ontem a secretária municipal de Saúde local, Carine Tavares, por suspeita de irregularidades que teriam desviado cerca de R$ 9 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS) em Magé. Na operação Garrote, a PF cumpriu 2 mandados de prisão e 7 de busca e apreensão. Todos eles foram expedidos pela 01ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Segundo as investigações, há indícios de direcionamento na contratação de um laboratório de Magé, que seria pertencente a um vereador da cidade. Acabaram chamando a atenção dos investigadores as repetidas contratações desse referido laboratório ocorridas desde 2016.

Estão sendo apurados pelas autoridades crimes como dispensa ilegal de licitação, fraude em licitação, peculato, falsidade ideológica e organização criminosa.

Participação em propina
Segundo o coordenador da operação, Pedro Bloomfield, a PF tem convicção de que, além da secretária, Carine Tavares, outros servidores da pasta também tinham participação efetiva no esquema de propinas. A negociata promovida pelo grupo teria favorecido o laboratório Cmelab, que seria do vereador Cleverson Vidal Ribeiro (PRTB), conhecido como Clevinho Vidal, outro alvo da operação.

“Nossa convicção é que servidores da Secretaria de Saúde tinham participação efetiva no esquema, porque ele acontece desde 2016 e são fraudes muito claras, e qualquer tipo de diligência razoável identificaria e impediria essas ações. Pelo menos poderiam pedir mais comprovações desses exames”, disse Bloomfield.

As investigações apontam ainda a participação da empresa de diagnósticos, que foi contratada pela Prefeitura de Magé em licitações fraudulentas que teriam começado em 2016. O processo tinha aspecto de legal porque era feito o chamamento público para concorrência, mas o Cmelab era o escolhido pelos envolvidos no esquema para vencer sempre.

Além da irregularidade na licitação, o laboratório recebia valores superiores a quantidade de exames realizados durante o período de contrato. Tudo sem a cobrança da secretaria de Saúde, afirma o delegado. “Eram feitos 100 exames, mas pagavam 200”, comentou Bloomfield.

Na operação, foram cumpridos dois mandados de prisão, um contra a secretária de Saúde de Magé, Carine Tavares, e para uma segunda pessoa que seria a proprietária de uma empresa laranja usada no esquema.