Governo do RJ lança projeto Verão Guandu 2022 para reduzir riscos de falta d’água

Estação de Tratamento do Guandu foi fechada para uma manutenção anual

Com medidas que preveem a redução dos riscos de falta d’água e a ocorrência de geosmina durante o verão, o Governo do Rio de Janeiro lançou na manhã de hoje (25) o projeto Verão Guandu 2022. O lançamento contou com a presença do governador Cláudio Castro, do secretário de Ambiente e Sustentabilidade, Thiago Pampolha; o presidente da Cedae, Leonardo Soares; e o presidente do Inea, Philipe Campello. Entre as medidas anunciadas estão a instalação de unidades de tratamento nos rios Queimados e Ipiranga, que deságuam na lagoa do Guandu. O objetivo é reduzir os poluentes e melhorar a qualidade da água.

O anúncio do ‘Verão Guandu 2022’ ocorreu no mesmo dia da manutenção anual da Estação de Tratamento do Guandu (ETA) da Cedae, responsável pelo fornecimento de água para o Rio de Janeiro e grande parte da Baixada Fluminense. Apesar de ter sido inicialmente anunciado pela empresa que a manutenção iniciaria às 8h e se estenderia até 20h, consumidores reclamaram que o fornecimento foi desligado antes do previsto.

Qualidade da água gosto
O serviço da Cedae foi alvo de reclamações em relação à aparência e gosto da água pelo menos nos dois últimos anos. Milhares de pessoas receberam, por semanas, água com cheiro e gosto ruins — às vezes amarelada. Na época, se pensava que a geosmina, uma substância produzida por algas que se reproduzem no esgoto, era a responsável pelas alterações. No fim de janeiro, cargas de carvão ativado foram despejadas na Estação do Guandu. O tratamento deu certo, e dias depois a água passou a chegar limpa.

O gosto e cheiro ruins foram causados por um composto orgânico semelhante, o 2-MIB, segundo análises de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A pesquisa encontrou uma forte presença de esgoto doméstico e também poluição industrial. Em outubro, a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do estado (Agenersa) aplicou uma multa de R$ 5,7 milhões na Cedae pela contaminação.

A companhia também firmou um termo de ajustamento de conduta no qual se obrigava a fazer, todos os dias, a mediação das cianotoxinas na Estação do Rio Guandu, com emissão de relatórios mensais.