Revoltante: mulher reclama de comida por delivery e é levada à força para delegacia

Aos gritos, a profissional de saúde é arrastada por um policial militar até a viatura/Reprodução/TV Globo

Policial arrasta a profissional de saúde. Cena aconteceu dentro do hospital modular de Nova Iguaçu/Reprodução

Um caso de abuso policial revoltou quem estava no hospital modular de Nova Iguaçu,  que trata pacientes com covid-19, na Baixada Fluminense. Uma profissional de saúde foi levada à força por um policial militar a uma delegacia após reclamar de um pedido feito por delivery.

Segundo relatos, a confusão começou quando fez ela fez o pedido de almoço no restaurante Baroni Gastronomia, no Centro de Nova Iguaçu, através do aplicativo iFood. Ao receber a comida, a vítima, que não foi identificada, ligou para o restaurante e reclamou dizendo que a refeição foi entregue sem o acompanhamento de talher: “Como vou comer? Além de mais de 30 minutos de atraso?”, questionou.

A profissional de saúde contou para a reportagem da TV Globo que o estabelecimento pediu desculpa pelo atraso, informando que enviaria o talher. Mas, segundo ela, não foi enviado e a carne estava péssima. Logo depois, o pedido foi cancelado.

‘Você não sabe com quem está mexendo’
Na sequência da confusão, um motoboy foi até o hospital pra cobrar o valor do pedido. “Falou que eu tinha que pagar, porque tinha agido de má fé, que eu tinha feito um pedido, recebido, comido, e cancelado o pedido. E aí eu mostrei pra ele … falei: ‘Olha, não fui eu que cancelei, e eu não vou pagar’”, disse a mulher, informando que o entregador falou que ia chamar a polícia: “Você não sabe com quem você está mexendo: eu sou militar da reserva”, teria dito o homem.

Levada aos gritos para a viatura
Não demorou muito e um policial militar chegou no hospital para a cobrança da conta. “Ele já chegou me acusando, ele não me deu o benefício da dúvida, ou seja, ele não tinha um mandado, não tinha um flagrante, não tinha prova, então ele não tinha nada. Eu não me neguei em nenhum momento a ir prestar depoimento. Eu estava no meu plantão, eu não poderia abandonar o meu setor, que isso a gente aprende no código de ética”, disse a profissional de saúde.

Ainda assim ela foi levada, aos gritos, para dentro da viatura e, em seguida, para a 52ª DP (Nova Iguaçu). O caso foi encaminhado para o Juizado Especial Criminal (Jecrim).
A mulher contou que fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e precisou ir a um ortopedista. A PM informou que vai instaurar um procedimento apuratório pra averiguar as circunstâncias da ocorrência.

O aplicativo ifood informou que o caso vai ser investigado e que, se for comprovado que houve um erro de procedimento por parte do restaurante, o estabelecimento será descredenciado da plataforma.