Protesto por morte de adolescente tem dois ônibus incendiados no Rio

Um dos coletivos consumido pelas chamas durante protesto no Rio 

Cauã era lutador de jiu-jítsu e de luta livre há três anos/Reprodução/Redes sociais

Moradores enfrentam PMs e depredam um dos ônibus e atearam fogo/Reginaldo Pimenta/Agência O Dia

Parentes acusam PMs de terem atirado no rapaz e ainda foi jogada em um valão da comunidade

Dois ônibus foram incendiados na terça-feira (5) durante um protesto contra a morte de um adolescente que foi baleado na noite da última segunda-feira (4), em Cordovil, bairro da Zona Norte carioca. Um terceiro coletivo também foi atingido, mas motoristas conseguiram conter as chamas.

Familiares de Cauã da Silva dos Santos, de 17 anos, acusa policiais militares de terem encurralado e dado um tiro no peito do rapaz. Eles denunciaram também que os agentes ainda jogaram o corpo da vítima em um valão da comunidade do Dourado.

Segundo familiares, Cauã teria sido baleado no peito por um policial militar ao deixar um evento que recebia crianças na comunidade do Dourado. Eles contam que ele era lutador de jiu-jítsu e de luta livre há três anos, integrava um projeto social na região e não tinha envolvimento com o tráfico de drogas.

Cauã teria sido retirado don valão pelos próprios parentes e levado para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, onde já chegou morto.

Fogo Cruzado
Os moradores afirmam que não havia operação ou troca de tiros no momento que Cauã foi baleado. De acordo com levantamento feito pela plataforma Fogo Cruzado, 16 adolescentes foram baleados este ano na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Cinco morreram.

PM diz que policiais foram atacados
A Polícia Militar afirmou que agentes do 16º Batalhão (Olaria) realizavam policiamento pela Rua Antônio João, nas imediações da comunidade da Tinta, quando foram atacados. Houve confronto e um suspeito foi atingido. Com o homem, que é foragido do sistema prisional, foram apreendidas drogas e R$ 39.

Mais tarde, os policiais seguiram até um valão próximo onde outros criminosos tinham pulado durante a fuga. Lá, eles apreenderam uma pistola e três carregadores. A PM afirma que os agentes souberam, mais tarde, que um homem havia sido baleado e levado para o Hospital Getúlio Vargas, onde não resistiu aos ferimentos. A PM afirmou que um procedimento apuratório foi instaurado para apurar todas as circunstâncias da ação.

A Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga a morte de Cauã. Testemunhas serão ouvidas e diligências estão sendo realizadas para esclarecer os fatos.