Processo de impeachment do governador Wilson Witzel vai seguir, decide Comissão Especial da Alerj

Witzel

O presidente da Alerj, André Ceciliano, do PT (ao fundo, acolheu em 10 de junho o pedido de impeachment contra Wilson Witzel/Reprodução 

A Comissão do Impeachment da Alerj atingiu 13 votos a favor do parecer do deputado estadual Rodrigo Bacellar (Solidariedade) pelo prosseguimento do processo de impeachment do governador Wilson Witzel (PSC). O parecer segue para a análise e votação de todos os membros da Assembleia, em plenário, onde precisa receber pelo menos 47 votos para ser aprovado.

Se o impeachment for aprovado em plenário, um tribunal misto, formado por cinco deputados estaduais indicados pela Alerj e cinco desembargadores do TJ-RJ, terá até seis meses para decidir se cassa ou não o mandato de Witzel.

No fim de agosto, Witzel foi afastado do cargo por decisão monocrática do ministro Benedito Gonçalves, do STJ. Depois, a Corte Especial confirmou a decisão por 14 votos a 1. A chefia do Executivo está interinamente com o vice de Witzel, Cláudio Castro, também do PSC.

Desvios em contratos
O presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), acolheu em 10 de junho o pedido de impeachment assinado pelos deputados estaduais Luiz Paulo e Lucinha, ambos do PSDB. Coube a Rodrigo Bacellar redigir o parecer.

O relatório de Bacellar cita os desvios em contratos superfaturados com organizações sociais para gestão de hospitais antes e durante a pandemia do novo coronavírus. “Os fatos demonstram a não mais poder a supremacia do interesse privado sobre o público, o descaso com a vida e o oportunismo com a desgraça”, diz o relatório.
A comissão na Alerj tem 25 membros. Apenas João Peixoto (DC), internado com Covid-19, faltou à sessão de hoje.