Preso por corrupção, deputado sonha com releição para Alerj

Luiz Martins: corrupção impressa no caráter político/Reprodução

Deputado Luiz Martins e o enteado e ex-vereador do Rio Daniel Martins: família unida no crime/Reprodução

Parlamentar e o enteado foram presos em 2018, na Operação Furna da Onça, que investigou 28 pessoas por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa 

Em 3 de outubro, mais de 12 milhões de eleitores vão às urnas no Estado do Rio de Janeiro para a escolha do presidente da República, governador, senador, deputados federais e deputados estaduais. A partir desta edição, o Hora H publica uma série de matérias sobre candidatos que estão na disputa por um cargo eletivo. Entretanto, de alguma forma, tiveram ou têm seus nomes envolvidos em corrupção. E ainda: estão em queda livre no abismo da baixa popularidade.

O objetivo é incentivar o eleitor a avaliar, dentro do seu universo crítico, se realmente esses políticos estão moralmente aptos para assumir representatividade no Legislativo estadual e federal.

Acusado de improbidade administrativa, o deputado estadual Luiz Martins, que deixou o PDT para apoiar a campanha de reeleição do governador Cláudio Castro (PL), pode figurar no status de político ‘ficha suja’. No mês passado, a Justiça Eleitoral confirmou a suspensão dos seus direitos políticos, o que impede uma provável disputa pela reeleição.

Votos nas rede sociais
Em página do Facebook, o parlamentar fala das leis de sua autoria, que foram aprovadas pela Assembleia Legislativa do RJ, e pede votos: “(…) Sendo assim, para este ano, quero continuar trabalhando ainda mais e para isso, gostaria de contar com vocês”.

No processo do Ministério Público Federal (MPF), transitado em julgado (quando não cabe mais recursos) em março do ano passado, Martins e o ex-prefeito de São Gonçalo, Henry Charles Armond Calvert, além de José Luiz Nanci, então presidente da Fundação Municipal de Saúde, foram condenados a pagamento de multa por falta de aplicação de verba do SUS (Sistema Único de Saúde) no valor de R$ 2 milhões destinados ao combate à epidemia da dengue, o que contribui para o surto da doença.

Agentes apreenderam R$ 800 mil
Martins e o enteado Daniel Martins (PDT-RJ) foram dois dos 10 presos pela Polícia Federal, em novembro de 2018, na Operação Furna da Onça, desdobramento da Operação Cadeia Velha.

A ação, desencadeada pelo Ministério Público Federal (MPF), investigava a participação de deputados estaduais do Rio de Janeiro em esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada, principalmente no Detran/RJ.

À época da prisão, os agentes apreenderam R$ 800 mil que estavam na casa do então vereador do Rio Daniel Martins (PDT-RJ).