Prefeito afastado do Rio deixa presídio de Benfica para cumprir prisão domiciliar

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Crivella na Cidade da Polícia logo após a prisão e depois de ser  solto e deixar o presídio de Benfica/Estefan Radovicz/Agência O Dia 

O prefeito afastado do Rio, Marcelo Crivella (PRB) deixou o presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, na noite de ontem para cumprir prisão domiciliar em seu condomínio na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade.

O político foi preso em um desdobramento da Operação Hades, que apura o funcionamento de um suposto esquema de desvio de dinheiro na Prefeitura do Rio. O beneficío foi concedido por decisão do presidente do STJ, Humberto Martins, na noite da última terça-feira.

O desembargador de plantão no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Joaquim Domingos de Almeida Neto, não assinou o alvará de soltura de Crivella nesta quarta e, em vez disso, encaminhou o documento à desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, relatora do processo que levou o prefeito à cadeia.

Apreensão de aparelhos
Antes de emitir o alvará de soltura, a desembargadora determinou uma varredura na casa do prefeito para que fossem retirados aparelhos como telefones e tablets. Na decisão, a magistrada prossegue as determinações: “Determino ainda seja oficiado às empresas de telefonia fixa e internet a fim de interromperem os respectivos sinais. Determino, por fim, seja providenciada a colocação de dispositivo de monitoramento eletrônico no paciente”. Posteriormente, ministro Humberto Martins, determinou ontem a expedição imediata do alvará de soltura do prefeito do Rio.

Alegações do ministro
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ministro Humberto Martins, alegou que as circunstâncias da prisão do prefeito afastado do Rio não demonstraram “periculosidade” do político e, por isso, decidiu por medidas cautelares, como a prisão domiciliar.

Crivella vai precisar cumprir algumas exigências dentro do regime domiciliar: indicação do endereço onde cumprirá a prisão domiciliar ora deferida, franqueando acesso antecipado à autoridade policial para aferir suas condições e retirada de toda e qualquer forma de contato exterior; permissão de acesso, sempre que necessário, da autoridade policial; proibição de contato com terceiros, seja quem for, salvo familiares próximos, profissionais da saúde e advogados devida e previamente constituídos.

“QG da Propina
Segundo o Ministério Público do Estado do Rio, a investigação aponta um esquema no qual empresários pagavam para ter acesso a contratos e para receber valores que eram devidos pela gestão municipal do Rio.

A desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita afirmou que Crivella comandou a organização criminos chamada de ‘QG da Propina’ que atuava na prefeitura. Ela determinou o afastamento do prefeito, que encerraria o mandato daqui a oito dias. Quem assumiu interinamente é o vereador Jorge Felippe (DEM), presidente da Câmara Municipal. Eduardo Paes toma posse em 1º de janeiro.
Além de Crivella foram presos na mesma operação nesta terça outras cinco pessoas, entre elas o empresário Rafael Alves – suposto chefe do ‘QG da propina’.