Prédio que desabou em Rio das Pedras foi construído por pai de vítima

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A Polícia Civil descobriu que o prédio que desabou em Rio das Pedras, na Zona Oeste, deixando Natan de Souza Gomes, 30, e sua filha Maitê Moita mortos, foi construído pelo pai da vítima. De acordo com a apuração da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), o homem não tem nenhum envolvimento com o grupo de milicianos que atua na região.

Genivan Gomes Macedo prestou depoimento na 16ª DP (Barra da Tijuca), responsável pelo caso, durante a tarde desta quinta-feira. Segundo a Polícia Civil, ele, que é pai e avô das vítimas, prestou esclarecimentos apenas como testemunha.

A região é controlada por paramilitares que lucram com o ramo imobiliário clandestino e grilarem de terras. Com isso, a Polícia Civil organizou uma força-tarefa para descobrir as causas do desabamento e uma possível responsabilidade criminal em relação às mortes.

Entretanto, populares afirmaram que a família é nordestina e que moravam todos juntos no edifício que desabou. A Prefeitura do Rio já havia apurado que o imóvel foi construído há 21 anos, com características irregulares, mas que se tratava de um prédio familiar.

Suporte às vítimas do desabamento

A Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, através da Subsecretaria de Gestão do SUAS (Sistema Único de Assistência Social), entregou colchões e cestas básicas como ações de respostas emergenciais às famílias atingidas pelo desabamento do prédio em Rio das Pedras. Uma articulação com o município do Rio de Janeiro para a concessão de insumos e provisões às famílias vitimadas também foi iniciada.

Para além dos referidos insumos, a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos disse que vai providenciar a inserção das vítimas no programa Aluguel Social e a viabilização de segunda via de documentação através do Centro Comunitário de Defesa da Cidadania (CCDC).

Animais de estimação são resgatados nos escombros
A Defesa Civil resgatou três animais de estimação em meio aos escombros do prédio que desabou em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio. Foram achados um cachorro, papagaio e um periquito. O salvamento dos bichos foi aplaudido pelos moradores que acompanhavam o trabalho dos profissionais.

Entre a salva de palmas, estava o alívio do ajudante de pedreiro Francisco Manoel da Silva Moreno, de 48 anos. Dono da papagaio Isabela, ele contou que não conseguiu salvá-la, mas que estava angustiado para ter notícias dela. “Na hora do desespero, com toda aquela poeirada, o fogo, a gritaria, eu não consegui pegar ela. Sai com a roupa do corpo, não consegui pegar nada. Estava preocupado com ela, agora estou mais aliviado”, disse.

Moreno falou que está com o pássaro há oito meses e que Isabela virou uma companheira. “Ela é muito carinhosa comigo, adora ficar no meu ombro. Minha esposa cuida dela também, mas o carinho mesmo é comigo”, finalizou.