Pré-candidato a vereador em Nova Iguaçu sofre rejeição antes da campanha eleitoral 2020

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Danielzinho, filho do ex-vereador já falecido Daniel da Padaria, em momento turista e tomando caldo de cana: garimpando votos em reduto eleitoral como máxima rejeição

A campanha eleitoral só começa em 2020, mas a batalha pelo voto já começou, com pré-candidatos tirando do armário a máscara de humildade que faz de quase todo político o ‘salvador da Pátria’, com promessas que não se cumprem. Por trás desse aparato estratégico escondem interesses mesquinhos que nada somam para a população.

Em meio a tantos rostos na política iguaçuana, por exemplo, surge um que provavelmente o eleitor não conheça por se tratar de um jovem que desconhece totalmente os problemas mais urgentes enfrentados pelas famílias que residem no populoso bairro Santa Rita. Entretanto, basta associar o nome dele ao do pai, conhecido vereador que cumpriu quatro mandatos e deixou um legado negativo em sua história de vida pública, para entender as pretensões de Danielzinho da Padaria, pré-candidato a vereador pelo MDB.
Em seu Instagram, o status denomina Danielzinho como pré-candidato a vereador e filho do saudoso vereador Daniel da Padaria (Daniel Eduardo da Silva, o Daniel da Padaria (PDT).

De Paris para as barracas de caldo de cana
O jovem já começou a caminhada pelo voto no reduto eleitoral do pai. O bairro, que integra a antiga região do terceiro distrito de Nova Iguaçu, enfrenta vários problemas como falta de saneamento básico, pavimentação e água em alguns trechos.

Mas, de acordo com uma moradora da região, que pediu para não ser identificada, Danielzinho não conhece os problemas da região, porque não cresceu no local. “Ele caiu de paraquedas. Enquanto, os moradores sofriam e ainda sofrem com o descaso de políticos inescrupulosos, ele (Danielzinho) passeava por Paris, Nova York e outros países da Europa. Nasceu em berço de ouro e não tem cacife para representar nosso bairro”, disse.
Segundo apurou a reportagem, Danielzinho se transformou de ‘playboy’ para político humilde do dia pra noite. Como pretende lutar por uma vaga na Câmara de Vereadores, agora é visto com frequência em barracas de caldo de cana, conversando com moradores e em roda de conversas para garimparn votos, inclusive, segundo apurou a reportagem, “ele usa até o nome de Deus para ganhar a confiança dos moradores”, afirmou um comerciante.

O fenômeno de rejeição ao seu nome já é perceptível em Santa Rita. Alguns dizem que Danielzinho não tem a mínima chance de ser eleito, ainda mais usando o nome do pai como escudo de campanha. Outros afirmam que ele não possui noção política, portanto não seria um representante que os moradores tanton precisam. “Ele podia ter insistido na carreira de jogador de futebol, porque de política ele não entende”, decretou um aposentado da região.

Pai era suspeito de compra de votos
Se Danielzinho da Padaria quer seguir os passos do pai na política, está fazendo uma péssima escolha, segundo afirma quem conheceu Daniel da Padaria. Dinossauro da política iguaçuana, ele estava no quarto mandato quando faleceu em agosto de 2012, vítima de acidente vascular cerebral (avc).

Mas a má-fama do político que fez fortuna no terceiro distrito de Nova Iguaçu é conhecida na Baixada. Empresário em vários ramos de negócio, era tido como arrogante e ‘ditador’. Ex-funcionários contam que o então patrão tinha o hábito de humilhar quem trabalhava em suas empresas. “São temos ruins que quero esquecer. Ele foi um pesadelo na minha vida. Por mais que nos esforçássemos em fazer um bom trabalho, Daniel nunca estava satisfeito. Foi o pior chefe que eu tive”, disse.

Ainda segundo informações, o político teria construído sua carreira política tendo como base a compra de votos, crime pelo qual teria sido alvo de investigação da Justiça Eleitoral. Ele também usava as ações sociais como doação de brinquedos para as crianças da região para se beneficiar politicamente. “Foi um político demagogo. E o pouco que fez pelo bairro, foi visando o voto do eleitor”, afirmou um antigo morador de Santa Rita.

 

Reportagem: Antonio Carlos