Porta-voz da PM é exonerada depois de atacar jornalista

Exonerada - manchete

Tenente-coronel Gabryela Dantas postou vídeo nas redes sociais/Reprodução/Whatsapp 

Oficial gravou vídeo em que classifica de ‘mentirosas’ reportagens publicadas pelos jornais Extra e O Globo.

O governador em exercício, Cláudio Castro, exonerou a porta-voz da Polícia Militar, a tenente-coronel Gabryela Dantas, após a oficial postar um vídeo publicado no Twitter da Secretaria de Polícia Milita, em que classifica de “mentirosas” as reportagens do jornalista Rafael Soares, dos jornais Extra e O Globo.

Em nota no twitter, o governador afirmou que confia no trabalho dos policiais que têm a missão, segundo ele, de “servir e proteger”. “Todos os dias somos questionados e muitas vezes vítimas de acusações. Ainda assim, defendo o diálogo com a imprensa. O debate de ideias é importante, mas é preciso preservar e respeitar ambos os lados”, disse.

Ontem, os dois veículos de comunicação publicaram uma matéria segundo a qual afirma que o ‘consumo de munição explodiu no batalhão de PMs investigados pelo homicídio de meninas em Duque de Caxias”. Em resposta, a porta-voz afirmou que a corporação foi surpreendida “com uma matéria mentirosa”, que, “de forma maldosa, dá a entender que houve aumento de consumo de munição por um batalhão da PM”, que estaria envolvido na morte de Rebeca, de 7 anos, e Emily, 5, em Duque de Caxias, na sexta-feira da semana passada.

No vídeo, Gabryela diz que o consumo de munição da unidade (15º BPM) não sofreu alterações significativas e representa menos de 10% do consumo afirmado na reportagem. A policial ainda diz que o jornalista escreveu a matéria “se aproveitando de uma comoção nacional para colocar a população contra a Polícia Militar”.

Jornais repudiam ataque
A editora Globo, responsável pelos jornais Extra e O Globo, afirmou em nota que “faz parte da prática jornalística diária lidar com críticas, contestações e pedidos de reparação de alguma informação. No entanto, a Editora Globo repudia os ataques feitos pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, que, por meio de um vídeo oficial, classificou o repórter como inimigo da corporação e incentivou a população a divulgar vídeo. Não é papel de uma instituição de Estado atacar pessoalmente um profissional nem incitar a população contra ele”.

Ainda de acordo com a nota, “os números exibidos na reportagem constam de documento produzido pelo batalhão da Policia Militar de Duque de Caxias, chamado de Mapa de Munição. Esse registro é produzido quinzenalmente por todos os quartéis da PM. A reportagem, amparada em tais documentos, obtidos pelo jornalista, ouviu e registrou a versão da Polícia Militar sobre os dados”.