Polícia fechou rota de fuga na ação que deixou 12 milicianos mortos

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Polícia apresenta o material apreendido: oito fuzis, metralhadoras, granadas, pistolas e munição Um dos mortos, Cabo Benê é apontado como o chefe da milícia em Itaguaí. Cápsulas deixadas no local do confronto. Agente inspeciona veículo de um dos suspeitos/Henrique Coelho / G1/Reprodução 

Trecho era usado pelos milicianos há 3 anos, segundo as investigações

O trecho onde a força-tarefa das polícias Rodoviária Federal (PRF) e Civil do Rio interceptou um comboio de milicianos no final da noite da última quinta-feira em Itaguaí, faz parte de uma rota de fuga usada pelo bando durante três anos para escapar ao cerco das forças de segurança. Eles pegavam um desvio da rodovia Rio-Santos a fim de evitar um posto da PRF. Cerca de 500 metros antes da unidade, há uma saída para uma concessionária e uma via auxiliar.

Segundo a Polícia Civil, os paramilitares eram monitorado havia 15 dias. Durante a interceptação, os bandidos entraram em confronto com os agentes e 12 deles acabaram abatidos. Um policial foi ferido sem gravidade. Entre os mortos, está o ex-policial Carlos Eduardo Benevides Gomes, o Cabo Benê, apontado como o chefe da milícia em Itaguaí e um dos criminosos mais procurados no RJ.

O Ministério Público do RJ informou que os milicianos se reuniam regularmente no bairro Chaperó, em Itaguaí. Quem ia para o local saindo da Zona Oeste do Rio pegava esse desvio.

Suspeitos atiraram ao serem abordados
O subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil, delegado Rodrigo Oliveira, informou que os suspeitos atiraram logo após serem abordados. “Nós paramos um carro no início da via secundária, e um outro carro fechou a parte traseira.

Do primeiro veículo, desceu um criminoso que já saiu disparando e atingiu um policial no peito, só que, com o colete à prova de balas, ele foi protegido pelo colete. A partir daí começou o confronto”, explicou. As marcas do confronto ficaram no chão, com cápsulas de fuzil e de pistola, além de manchas de sangue.

O coordenador da Coordenadoria de Operações Especiais (Core), Fabrício Oliveira, afirma que até a última quinta-feira nenhum cerco havia sido bem-sucedido. “Para eles, se entregar não é uma opção, e só são parados com a força da ação policial”, disse, acrescentando que já havia informações a respeito das rotas utilizadas pelos criminosos.

Mortos identificados

A Polícia Civil identificou na tarde de ontem, os mortos no confronto. Além do Cabo Bené, foram identificados: Magnun Cirilo da Silva, conhecido como MG ou Magnun; Emerson Benedito da Silva, vulgo Macumba; Wagner Eduardo da Cruz; Paulo Cesar Cassimiro Duarte; Maicon Rodrigo da Costa; Rodrigo Gaustino Gamma; Walace dos Santos Lopes; Luiz Felipe Pereira Bertoldo; João Vitor Leitão Rangel; Otávio Victor Schwantes de Araújo; e Mateus dos Santos da Silva


Operação prende 18 bandidos e fecha ‘farmácia da milícia’
Ontem, a força-tarefa da Polícia Civil prendeu 18 pessoas durante uima operação contra o braço financeiro da milícia de Nova Iguaçu. Os agentes localizaram ainda a “farmácia da milícia”.

O grupo é chefiado por Wellington da Silva Braga, o Ecko. Foram encontrados no laboratório anabolizantes e medicamentos controlados sem autorização da Anvisa.
“Vendia medicamentos controlados sem autorização da Anvisa e essa farmácia era utilizada para a lavagem de dinheiro. A DRCPIM já estourou vários comércios irregulares, que comercializavam produtos piratas. São todos braços financeiros da milícia”, disse o delegado Felipe Curi. A ação, segundo a polícia, tem como objetivo asfixiar as fontes de renda e interromper comércios e serviços ilegais.

 

Fonte: G1.