Polícia estoura fábrica clandestina de cerveja da quadrilha de Ecko

Milícia-03

Estimativa é que a fábrica falsificava cerca de 1,6 mil garrafas por dia. Os presos da operação/Divulgação/Polícia Civil 

A Polícia Civil do Rio fechou ontem uma fábrica clandestina de bebidas em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio. As investigações, apontam que o local era usado pela milícia chefiada por Wellington da Silva Braga, o Ecko, para lavagem de dinheiro. O grupo paramilitar é, atualmente, a maior em atividade no estado do RJ. Durante a ação, 19 pessoas foram presas. Segundo a polícia, a estimativa é que a fábrica falsificava cerca de 1,6 mil garrafas por dia e vendia cada caixa por R$ 120, o que rendia R$ 250 mil por mês. Amostras das cervejas falsificadas seguiram para análise. A polícia quer saber se a milícia além de fazer a troca de rótulos e tampinhas, mascarando garrafas como se fossem de marcas superiores, também diluía o produto.

A corporação informou ainda que o objetivo da ação foi desarticular um braço financeiro do grupo. Um local onde botijões de gás eram armazenados de forma ilegal e um depósito de produtos piratas também foram fechados na operação.

Crimes praticados pela quadrilha
Entre os principais crimes apurados pela Polícia envolvendo a milícia de Ecko, estão: cobranças irregulares de taxas de segurança e de moradia; instalações de centrais clandestinas de TV a cabo e de internet (gatonet/gatointernet); armazenamento e comércio irregular de botijões de gás e água; parcelamento irregular de solo urbano; exploração e construções irregulares, areais e outros crimes ambientais; comercialização de produtos falsificados; contrabando; descaminho; transporte alternativo irregular; estabelecimentos comerciais explorados pela milícia e utilizados para lavagem de dinheiro.

A operação contou com equipes dos Departamentos de Polícia Especializada e Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), a partir de informações do Disque-Denúncia. Outras delegacias também participaram da operação.

Fraude
Segundo a polícia, eles retiravam o rótulo e a tampa das marcas originais para colocar a falsificada. Ainda segundo a investigação, as tampas são recolhidas em qualquer lugar, sem qualquer controle higiênico.

“Colocam no mercado essa quantidade imensa de cerveja falsificada, enganando o consumidor, colocando a saúde da população em risco, ainda mais em tempo de Covid, que se exige maior rigor em qualquer processo de manuseio de produto alimentar”, disse o delegado William Pena Junior, da Draco.