Polícia Civil sufoca o tráfico de drogas e o roubo de cargas em Duque de Caxias

Operação é resultado de investigação que revelou que criminosos davam ordens para atirar em viaturas e matar policiais/Reprodução

Emerson Soares Rodrigues, o Jamaica, foi um dos presos na operação em Duque de Caxias/Divulgação

Uma operação deflagrada pela Polícia Civil e o Ministério Público do Estado (MPRJ), na manhã de hoje (18), mirou o tráfico de drogas e o roubo de cargas em duas comunidades de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. As investigações apontam que Parada Angélica e Vila Sapê em conjunto na distribuição e venda de drogas, na prática de roubos, e em homicídios.

A Polícia Civil informou que dos 28 mandados de prisão, 13 foram cumpridos, sete na cadeia e outros seis nas duas comunidades. A Justiça também determinou o bloqueio de contas bancárias utilizadas para lavagem de dinheiro da quadrilha.

Segundo o titular da 62ª DP (Imbariê), delegado Marcos Santana, interceptações telefônicas realizadas com autorização da Justiça revelam como os traficantes agiam contra policiais. Eles davam ordens para atirar em viaturas e matar quem entrasse no caminho. “Se entrar de novo, atira. Pode atirar que não vai dar em nada. Se um policial morrer, não dá em nada’, disse Santana, ao revelar um dos trechos das escutas obtidas durante as investigações.

O áudio, de acordo com o delegado, é atribuído ao traficante Diony Lopes Torres, o Playboy, chefe do tráfico na favela Vila Sapê. O episódio ocorreu quando uma viatura de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom) da Polícia Militar tinha entrado na comunidade. Playboy também comanda o tráfico na comunidade do Caleme, em Teresópolis, na Região Serrana. Já os traficantes Bola e Rex são responsáveis pela venda de drogas em Parada Angélica.

“A gente sabe que uma certa facção no Rio faz esse enfrentamento contra o Estado. É a luta do bem contra o mal de verdade. Por uma viatura da polícia entrar na comunidade, eles entenderam que ela não podia fazer essa rota e o líder determinou que podiam atirar na viatura”, explicou.

Um dos presos na operação é Emerson Bruno Soares Rodrigues, o Jamaica, apontado como gerente do tráfico de drogas da comunidade de Vila Sapê. Segundo as investigações, ele atua como braço direito de Diony Lopes Torres.

Lucro de R$ 2 milhões mensais
As escutas telefônicas revelaram também a renda financeira da quadrilha, cerca de R$ 2 milhões mensais, com atividades ilícitas como tráfico de drogas, roubos de carga e carros e assaltos. A polícia identificou que parte do dinheiro era depositado em contas bancárias de pessoas ligadas à quadrilha.