Polícia Civil liberta 13 adolescentes de cárcere privado em Duque de Caxias

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Agentes da Polícia Civil, coordenados pelo delegado titular da 61ª DP (Xerém), Roberto Nunes, chegam no sítio (abaixo)/Reprodução 

Vítimas que sonham em jogar futebol profissionalmente eram mantidos em um sítio

A Polícia Civil do RJ libertou na manhã de ontem 13 adolescentes que eram mantidos em um sítio em Duque de Caxias. Durante a ção, um homem foi preso em flagrante, acusado de estelionato, supressão de documentos e cárcere privado.

De acordo com os agentes, os jovens vieram de vários estados do país, e o suspeito preso hoje teria prometido a suas famílias que eles receberiam treinamento para serem contratados por clubes profissionais de futebol. O homem impedia que os adolescentes tivessem acesso a seus documentos e controlava o contato deles com familiares.

Os jovens prestaram depoimento e, em seguida, foram acolhidos pelo Fluminense, que irá fornecer abrigo e a chance de inserção no futebol com a realização de testes na sua sede em Xerém, onde o clube mantém um centro de treinamento de suas divisões de base.

Mensalidade de R$ 500
As investigações apontam que Jorge Valnei dos Santos era o homem responsável pelos jovens, que vieram de diferentes estados (como Alagoas, Paraná, Amazonas e Paraíba) com a promessa de que seriam treinados para jogar em clubes de futebol.

O delegado titular da 61ª DP (Xerém), Roberto Nunes, informou que os policiais perceberam que algo estava errado quando viram a porta trancada. O local não possui nenhuma estrutura profissional e não tem autorização de nenhum órgão público para funcionar. Os pais dos menores pagavam uma mensalidade de R$ 500 a Santos achando que os filhos teriam uma preparação para jogar futebol no Rio de Janeiro.

“Se acontecesse alguma coisa aqui dentro, eles não teriam para onde correr. Então, eles eram mantidos aqui, sim, em cárcere”, afirmou o delegado Roberto Nunes. Santos foi preso em flagrante, e entre os crimes investigados, segundo o delegado, estão a supressão de documentos, cárcere privado e estelionato.

Os jovens ficavam presos em um sítio e eram proibidos de ter contato com qualquer pessoa de fora. O espaço também era pouco iluminado e pouco ventilado.