PM envolvido em roubo de petróleo se entrega à polícia

Roubo

Túnel perfurado por quadrilha para roubar petróleo de duto da Petrobras. E o depósito onde era armazenado o produto/Reprodução

Ele é apontado como chefe da quadrilha desarticulada pela DDSD na Baixada Fluminense.

Apontado como o chefe de uma quadrilha especializada em furto de combustíveis na Baixada Fluminense, um capitão da Polícia Militar, lotado na Ajudância Geral, no QG da PM do Rj, se entregou ontem na Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) na tarde de ontem.

Marcelo Queiroz dos Anjos era considerado foragido da operação Porto Negro, da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). As investigações apontam que a organização liderada pelo PM furtou ao todo 169,5 mil litros de petróleo em três roubos diferentes e causou um prejuízo de cerca de R$ 2 milhões para a Transpetro/Petrobras.

Quatro suspeitos atrás das grades
Pela manhã, agentes prenderam quatro suspeitos de integrar a quadrilha. Entre elas, Gilson Cunha Júnior, o Gilsinho, apontado como o responsável por coordenar o transporte do combustível até o receptador. Os demais detidos são: Jorge Braga Dias, o Leandro; José Carlos da Silva, o Zé, que seria motorista do banco; e Walmir Aparecido Marin, Velho, apontado como receptador e financiador. Marcelo era o último que faltava.

Os policiais deveriam cumprir cinco mandados de prisão, além de 14 de busca e apreensão no Rio, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense), e em Itaboraí, na Região Metropolitana. Também seriam cumpridas ordens de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, em endereços ligados aos demais integrantes da organização criminosa.

Seis meses de investigação
Segundo a DDSD, as investigações contra o grupo, que duraram seis meses, começaram após uma descoberta de perfuração de dutos da Transpetro no município de Guapimirim em junho de 2020. Logo depois, a polícia encontrou buracos para furto de petróleo em Nova Iguaçu e em Queimados, também na Baixada.

Produto transportado para outro estado
Ainda de acordo com a especializada, o petróleo furtado no Rio era transportado para a cidade de Rolândia, no Paraná, para adulteração e posterior revenda. Na cidade paranaense, os agentes cumprem mandado de prisão e de busca e apreensão contra um empresário que já foi preso pela DDSD na operação Sete Capitães II, em dezembro de 2020.

O Ministério Público do Rio (MPRJ) irá investigar se funcionários da Petrobras passam informações privilegiadas sobre a localização dos dutos de petróleo para os integrantes da quadrilha. A Polícia Civil também garantiu que irá dar continuidade nas investigações da operação Porto Negro.

“A certeza é de que há mais pessoas envolvidas, isso é certo. A investigação vai continuar para identificar as outras pessoas, e a gente trabalha com a possibilidade concreta de que alguém de dentro da empresa passa informação para quadrilha”, afirmou o promotor Rogério Sá Ferreira, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MP).