Pfizer afirma que contrato atual com Governo já engloba vacinas para crianças

criança

Em resposta a um pedido do Rio de Janeiro, a Pfizer afirmou que o contrato de venda de vacinas assinado em novembro com o Governo Federal já contempla imunizantes para crianças, e que, por isso, não poderia negociar com municípios. A afirmação foi confirmada pelo secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz.
A prefeitura havia dito que estava tentando comprar imunizantes para vacinar crianças.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde detalhou o contato entre Soranz e Pfizer:
“O secretário municipal de saúde, Daniel Soranz, entrou em contato com a Pfizer na quarta-feira (22), indicando o interesse na aquisição de vacinas para imunização de crianças entre 5 e 11 anos. O laboratório respondeu que, diante do cenário atual de escassez de doses e emergência sanitária pelo mundo, está priorizando programas nacionais de imunização para o fornecimento de vacinas e que, com o governo brasileiro, já há três contratos. O último deles, assinado no dia 29 de novembro, prevê a entrega de 100 milhões de doses para o Brasil em 2022, englobando as novas versões da vacina, inclusive para diferentes faixas etárias”, diz o texto.
O texto acrescenta: “Por causa desse acordo firmado com o Ministério da Saúde, a Pfizer indicou que, neste momento, não é possível dar andamento a uma negociação de fornecimento em nível municipal, estando a disponibilização das vacinas centralizadas no Programa Nacional de Imunização”, diz a nota da secretaria”.
O Ministério da Saúde anunciou que abriu uma consulta pública sobre a vacinação infantil desde quinta-feira (23).
A consulta sobre a vacina para crianças de 5 a 11 anos vai ficar aberta até 2 de janeiro. De acordo com o texto publicado no Diário Oficial da União, o período é aberto para que “sejam apresentadas contribuições, devidamente fundamentadas”.
A imunização para essa faixa etária foi autorizada pela Anvisa no dia 16 de dezembro, mas enfrenta resistência do Governo Federal. Desde então, o ministro Queiroga afirmou diversas vezes que a autorização da agência não é suficiente para iniciar a vacinação.
Na segunda (20), o ministro Marcelo Queiroga disse que a “pressa é inimiga da perfeição” e que o ministério só vai ter uma posição sobre o tema em 5 de janeiro. Queiroga também falou que só tinha recebido “um documento de três páginas” da agência e ainda esperava documentos com dossiê completo.
A agência rebateu as declarações do ministro, disse que não recebeu pedido formal de pareceres, mas que o envio de dossiê de análise de medicamentos para o Ministério da Saúde “não é requisito legal, ou mesmo praxe”. Entidades médicas e especialistas têm criticado a lentidão do Governo.