PF grampeia 25 suspeitos de tráfico internacional de drogas no Rio e em mais quatro estados

Notas falsas apreendidas em Campinas na Operação Brutium

Um dos blindados do Comando de Operações Táticas (COT) da Polícia Federal na Vila Cruzeiro, no Complexo de Favelas da Penha, Zona Norte do Rio/Reprodução

Os agentes apreenderam uma metralhadora/Divulgação

Pelo menos 25 pessoas foram presas nesta terça-feira (15),  durante a deflagração de duas megaoperações da Polícia Federal (PF) contra o tráfico internacional de drogas. As ações acontecem no Rio de Janeiro, em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso. As investigações contaram ainda com a colaboração de órgãos investigativos da Europa e dos Estados Unidos. Quatro pessoas foram presas na Espanha.

Ao todo, foram expedidos 86 mandados judiciais – sendo 39 deles de prisão – pela 5ª e 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Cerca de 200 policiais federais, além de membros do Ministério Público Federal (MPF) e auditores fiscais, participaram das duas operações, batizadas de Turfe e Brutium.

Uma das equipes foi com dois blindados do Comando de Operações Táticas (COT) para a Vila Cruzeiro, na Penha. Houve intenso tiroteio, segundo moradores.

Por causa da operação, 15 unidades escolares da rede municipal no Complexo da Penha foram fechadas e só ofereceriam atendimento remoto. Na última sexta-feira (11), uma operação na região terminou com nove mortos em confronto. A polícia informou que todos eram criminosos.

A PF contou com o apoio da Receita Federal, com o Ministério Público Federal (MPF), com a Drug Enforcement Administration (DEA) — a agência antidrogas dos Estados Unidos — e com a Europol.

Dez toneladas de cocaína
Em dois anos de investigações, a PF apreendeu pelo menos 10 toneladas de cocaína e reteve quase R$ 15 milhões. Em pouco mais de um ano, a quadrilha movimentou R$ 250 milhões.

“Houve um redirecionamento dos esforços dos criminosos para o Rio de Janeiro porque acharam que encontrariam mais facilidade aqui — e se enganaram completamente”, afirmou João Garrido, da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado da PF.

Fabrício Martins Rocha, coordenador-geral de Polícia de Repressão a Drogas da PF, afirmou que o tráfico da Vila Cruzeiro armazenava a droga lá antes de despachá-la para a Europa.

“Os investigados ofereciam logística, transporte, comércio e armazenamento da droga. A gente identificou uma pessoa de origem estrangeira que estava atuando aqui, e foi presa hoje, no RJ”, emendou Garrido.

‘Turfe’ e ‘Brutium’
Batizada de Turfe, a operação buscava cumprir 20 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão nos estados do Rio, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso, além de medidas de cooperação policial no Paraguai, Espanha e Emirados Árabes (Dubai).

Em um ano e meio de investigações, foram apreendidas mais de oito toneladas de cocaína, tanto no Brasil, quanto na Europa. Além disso, mais de R$ 11 milhões foram arrecadados dos criminosos.

O nome da operação faz referência a uma das formas de lavagem de capitais da organização criminosa, que é a aquisição e negociação de cavalos de corrida. Casas de câmbio também eram usadas no esquema.

Já na Operação Brutium, os policiais federais buscavam cumprir 19 mandados de prisão e 17 de busca e apreensão nos estados do Rio, Santa Catarina e São Paulo.

Em dois anos de investigações, a PF preendeu mais de duas toneladas de cocaína no Brasil, na Europa e na África, e R$ 3,5 milhões.