Pastor é preso por abuso sexual contra fiéis na Baixada Fluminense

Pastor é acusado de abusar de pelo menos 10 mulheres

Acusado de abusos sexuais, Sérgio Brito chega a delegacia após ser preso/Reprodução

Preso na última quinta-feira (16) por suspeitas de abusos sexuais contra fiéis e pacientes, o pastor e psicanalista Sérgio Brito foi alvo de ação da Polícia Civil, que realizou buscas na casa e na clínica do religioso. Ao menos dez mulheres disseram que foram vítimas dele, e mais três procuraram a 66ª DP (Piabetá) para fazer denúncias ao saberem da prisão. As vítimas prestaram queixa na Delegacia de Piabetá, que está investigando o caso. Uma delas contou que a família tem recebido ligações com ameaças após ela ter relatado o caso à polícia.

Uma das vítimas relatou que o abuso aconteceu há oito anos, em 2013. Outra vítima disse que foi abusada quando era menor de idade. Sérgio Brito foi encaminhado para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio. Presidente de duas unidades da igreja Assembleia de Deus, em Duque de Caxias e em Magé, na Baixada Fluminense, ele foi preso por estupro de vulnerável.

Além de ser líder religioso, Brito também atua como psicanalista, sexólogo e terapeuta de adultos, casais e adolescentes. Ele também participa, semanalmente, de um programa na Rádio Melodia, uma das maiores rádios evangélicas do país.

Sessão de hipnose
Uma das possíveis vítimas do religioso contou que passou por uma sessão de hipnose e acordou nua na frente do pastor. “Ele me abraça e acaba ali. Depois, eu estou deitada de novo com as minhas calças abertas e ele com a mão dentro da minha vagina”, revelou ela. Segundo um parente da vítima, Sérgio disse que utilizava uma técnica internacional de tratamento.

Atendimento de cueca
Uma outra vítima contou que conheceu o pastor na igreja de Magé. Segundo ela, a confiança em Sérgio Brito era tão grande que ele foi escolhido para celebrar o casamento dela. Ao relatar um problema que estava afetando sua vida sexual, o pastor disse que sessões de terapia poderiam ajudar.

“A gente começou a fazer o tratamento na igreja e quando foi março, a gente começou a tratar na clínica”, disse ela. Numa das sessões, ele disse que a vítima precisava tratar a autoestima e, para isso, teria que tirar a roupa.

“Ele falou: ‘você vai tirar sua blusa, sua calça e vai deitar de calcinha e sutiã no sofá’. Eu falei: ‘mas é necessário?’ Eu sou muito tímida, tenho muita vergonha. Ele disse: ‘é necessário porque faz parte do tratamento'”, contou a mulher.

A vítima disse que deitou de olhos fechados e ficou repetindo algumas frases ditas por ele. “Quando eu abri os olhos, ele estava só de cueca. Ele tinha tirado a roupa toda”, relatou. “Ele usava de hipnose para poder abusar sexualmente dessas mulheres. Para cada crime de estupro de vulnerável ele está sujeito a uma pena de até 15 anos de reclusão”, disse o delegado Ângelo Lages, responsável pela prisão.