País corre risco de ter evento mais grave que a invasão do Capitólio, afirma Fachin

Em Washington, nos EUA, presidente do TSE afirmou que "uma sociedade armada é uma sociedade oprimida"/Antônio Augusto/Ascom-TSE

Em viagem aos Estados Unidos onde cumpre agenda, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, afirmou na última quarta-feira (6) que o Brasil pode registrar um episódio “ainda mais agravado” do que a invasão ao Capitólio, ocorrida nos EUA, em 2021. Ele apontou a atuação da Justiça Eleitoral como uma forma de evitar um episódio do tipo.

De acordo com o ministro, é necessário que a sociedade brasileira se arme “unicamente do seu voto”, e classificou sociedades armadas como “oprimidas”. Para Fachin, independentemente do resultado das urnas em outubro, a população deve prezar pela democracia e não por atos de revolta.

“Nós poderemos ter um episódio ainda mais agravado do que 6 de janeiro daqui do Capitólio”, disse durante evento realizado pelo Wilson Center, em Washington, nos Estados Unidos, onde esteve para falar sobre o processo eleitoral no Brasil.

Segundo Fachin, a primeira condição para se evitar ações violentas nas eleições é que a “Justiça Eleitoral não se vergue”. “Que a Justiça Eleitoral cumpra sua missão, e nós iremos cumprir. O Judiciário brasileiro não vai se vergar. A quem quer que seja”, afirmou.

“Sociedade com violência é uma sociedade oprimida. A liberdade está precisamente na vida pacífica que se tem. E isso significa que a sociedade precisa de solidariedade, do seu sentimento de justiça, da sua coexistencialidade. Portanto, a sociedade brasileira, no dia 2 de outubro, colocará um espelho diante de si: se almeja a guerra de todos contra todos, ou almeja a democracia”, completou o ministro.

Apoiadores de Trump
O evento ao qual Fachin se refere foi a invasão realizada por apoiadores do ex-presidente Donald Trump ao Capitólio, o Congresso norte-americano, um dos principais símbolos do Poder nos Estados Unidos, em resposta à derrota do candidato conservador nas eleições presidenciais. Na época, ao menos dois manifestantes e três policiais morreram nos dias seguintes ao ataque.