Paes busca com Haddad apoio a pedido de crédito de R$ 1,9 bi para a reforma do BRT

Eduardo Paes e o ministro Fernando Haddad durante encontro em Brasília/Reprodução

A Prefeitura do Rio de Janeiro negocia com o Ministério da Fazenda dois financiamentos para a compra de ônibus BRT e reforma das estações, em um valor de R$ 1,9 bilhão. A informação veio após conversa entre o ministro da pasta, Fernando Haddad, e o prefeito Eduardo Paes que, na última segunda-feira (13) participou, em Brasília, do encontro da Frente Nacional dos Prefeitos.

A proposta de Paes é um financiamento de 700 milhões de reais no Banco Mundial e cerca de R$ 1,2 bilhão com a Caixa Econômica Federal. O valor é o equivalente ao que está sendo investido na
recuperação do BRT na capital.

“O Rio, como todas as cidades, passou por uma crise grande no setor de transportes. A revitalização do sistema BRT exigiu um investimento muito grande. São bilhões em investimento”, pontuou o prefeito.

Paes avaliou bem a conversa com o ministro e disse que Haddad reconhece essa realidade da falta de autonomia e garantiu maior inclusão na discussão. “Haddad foi prefeito e conhece essa realidade. Essa preocupação com autonomia está bem clara para ele. Com o Congresso Nacional, vamos fazer parte, através dessa Frente, ele nos garantiu isso. Todo mundo acha que a Reforma é essencial e simplificar esse tributo também”, disse.

Aval do Tesouro
Mesmo com o diálogo com o ministro Haddad, os dois pleitos precisam ainda de aval do Tesouro Nacional e garantia da União. O prefeito afirmou que a cidade do Rio tem a “situação organizada” nas contas públicas e ainda disse ter confiança que os pedidos de financiamento vão ser viabilizados.

Paes disse que, apesar de não ter data firmada para aceitação ou não do acordo, os trâmites estão “bem encaminhados”. Essa reunião da Frente Nacional dos Prefeitos teve como assunto central a reforma
tributária.

Após conversa com o ministro, Eduardo Paes ainda criticou a falta de autonomia e representatividade dos municípios no diálogo com o Governo Federal sobre a compensação do ICMS, já que 25% do dinheiro vai para os municípios e eles, segundo Paes, não são ouvidos.

“A cidade do Rio perdeu, no ano passado, 1 bilhão de reais relativos ao ICMS, isso projetado para 2023 vai chegar a 2 bilhões de reais. Os municípios não têm poder de fala no ICMS, quando o estado toma decisão que impacta nos municípios ou o Congresso vota medida de ICMS, eles não são ouvidos”.