Pacientes aguardam até 10 horas pelo atendimento de ambulâncias do SAMU

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Falta de ambulâncias e hospitais superlotados. Dois fatores que têm impedido o bom funcionamento do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) no Rio. Os atrasos são constantes e, diante desse quadro, vidas acabam perdidas.
O Plano Estadual de Saúde prevê que até 2019, 74 ambulâncias do SAMU deveriam estar nas ruas. No entanto, uma tabela mostra que, a poucos meses desse prazo, ainda são apenas 49 em circulação.
Um dos exemplos foi o caso do irmão da dona de casa Shirlei Vianna, moradora de Piedade, na Zona Norte do Rio.
“Às 8h, eu chamei o Samu. Mas eles só apareceram aqui em casa mais de 10 horas depois. Eu perdi meu irmão por relaxamento do Samu. Ao longo daquele dia, liguei várias vezes e fui orientado a não descer as escadas com ele, porque ele poderia cair e quebrar um fêmur”.
Para um serviço que deveria ser de urgência, a demora se tornou rotina. Quem afirma, é um dos próprios bombeiros que cuidam do serviço.
“Hoje em dia, é normal uma pessoa esperar até duas ou três horas por uma ambulância porque o número de veículos para o atendimento não dá conta. Enquanto a gente está atendendo uma dor na coluna, um evento de baixa complexidade, o infartado, o atropelado, está aguardando a ambulância”.
O problema não é apenas a falta de ambulâncias. Os bombeiros explicaram que a demora no atendimento ainda é causada por um outro fator: quando chegam aos hospitais, as macas do SAMU ainda ficam presas durante horas dentro das unidades, uma vez que faltam leitos para os pacientes.
“A gente encontra corredores cheios, sem macas. Então as nossas ambulâncias ficam paradas hospitais até quatro horas. Já houve casos de nossos carros passarem mais de 24 horas em um hospital. Algumas vezes ficamos parados nos hospitais e em outras ocasiões, vamos atender sem maca”, explicou um bombeiro.
No Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, a espera era de uma hora entre a chegada do paciente e a liberação da maca.