Óbitos em Cartórios apontam 2020 como o ano mais mortal da história da Baixada

Os óbitos registrados pelos cartórios de de Caxias totalizaram 9.055, 21,6% a mais que no ano anterior/Reprodução

Mortes em domicílio dispararam e aumentaram na região

Segundo os dados do Portal da Transparência (https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), plataforma administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), os óbitos registrados pelos cartórios de Duque de Caxias em 2020 totalizaram 9.055, 21,6% a mais que no ano anterior, superando a média histórica de variação anual de mortes no estado que era, até 2019, de 4% ao ano.

A pandemia trouxe também reflexo em outras doenças que registraram aumento considerável na variação entre os anos de 2019 e 2020. Foi o caso do número de mortes causadas pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) que explodiu, saltando de 2 para 75 casos, um crescimento de 3.650%. Casos relacionados a outras doenças respiratórias chegaram a subir 63,6%, passando de 2.604 para 4.253. Os específicos de Insuficiência Respiratória saltaram 24,2%, saindo de 482 casos para 599.

Já entre os óbitos causados por doenças Cardíacas, muitas vezes relacionadas à Covid-19, houve aumento de 21% na comparação entre 2019 e 2020. Entre as doenças do coração, o registro que apontou maior crescimento foi o de mortes por Causas Cardiovasculares Inespecíficas, que cresceu 59,5% entre os anos, sendo que o aumento dos óbitos em domicílio é uma das explicações para o diagnóstico inespecífico das mortes causadas por doenças do coração.

Dados no estado do RJ

No estado do Rio de Janeiro, as doenças respiratórias cresceram 49,1 % no mesmo período comparativo. A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registrou aumento de 1.740%, seguida pelas de Causas Indeterminadas, que registraram aumento de 351%. Em relação às doenças cardíacas, a comparação entre os dois anos mostra um crescimento de 0,6%, com a maior alta por Causas Cardiovasculares Inespecíficas, 13,2%.

Mortes em casa
O receio das pessoas frequentarem hospitais ou mesmo realizarem tratamentos de rotina durante a pandemia, assim como a falta de leitos em momentos críticos da Covid-19 no Brasil, fez com que o número de mortes em domicílio disparasse no município de Duque de Caxias quando se comparam os anos de 2019 e de 2020, registrando um aumento de 141,8%.

As mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC) fora de hospitais cresceram 450%, saindo de 6 para 33 casos entre os anos. Também cresceram os óbitos por Causas Cardíacas (438%), por Septicemia (366%), seguido por Causas Respiratórias (300%), Insuficiência Respiratória (200%), Pneumonia (154,%) e Infarto (120%).

Os registros de óbitos, feitos com base nos atestados assinados pelos médicos, apontam que 20 cidadãos da cidade de Duque de Caxias morreram de Covid-19 em suas casas.

Também cresceram os óbitos em casa por Causas Inespecíficas, aumento de 852,6%, muito em razão de o falecimento ocorrer sem assistência médica, dificultando a qualificação da doença.

Já em nível estadual, os óbitos em domicílio cresceram 22,8% no mesmo período comparativo, aumentando em 2.200% as mortes por SRAG, 505% por Causas Indeterminadas e 25,9% por Septicemia. De acordo com os atestados médicos, 392 fluminenses morreram de Covid-19 em suas casas. Os óbitos por Causas Cardíacas fora de hospitais tiveram alta de 15,2% em 2020. As Causas Cardiovasculares Inespecíficas (49,9%) e o AVC (12,1%) aparecem em seguida.

Média anual de alta de registros de óbitos em Belford Roxo
Em Belford Roxo, os óbitos registrados pelos cartórios em 2020 totalizaram 3.163, 31,6% a mais que no ano anterior, superando a média histórica de variação anual de mortes no estado que era, até 2019, de 8,6% ao ano.

“A pandemia trouxe um agravamento considerável na variação do registro de óbitos causados por doenças respiratórias, saindo de 543 em 2019 para 1.130 casos em 2020, um aumento de 108%. Causas Indeterminadas tiveram aumento de 70,5%, seguida por especificamente Insuficiência Respiratória, que teve variação expressiva no número de óbitos, passando de 159 casos para 250, uma alta de 57,2%.

Mortes em casa
O receio das pessoas frequentarem hospitais ou mesmo realizarem tratamentos de rotina durante a pandemia, fez com que o número de mortes em domicílio disparasse no município de Belford Roxo quando se comparam os anos de 2019 e de 2020, registrando um aumento de 8,7%.

As mortes por septicemia fora de hospitais cresceram 1.100%, saindo de 1 para 12 casos entre os anos. Também cresceram os óbitos por Causas Respiratórias (69,5%), seguidos por casos em que as mortes tiveram Causas Indeterminadas (100%).

Os registros de óbitos, feitos com base nos atestados assinados pelos médicos, apontam que nove cidadãos da cidade de Belford Roxo morreram de Covid-19 em casa.

Nova Iguaçu: mortes em domicílio dispararam e aumentaram 17,3%
Ainda segundo os dados do Portal da Transparência, os óbitos registrados pelos Cartórios de Nova Iguaçu, em 2020 totalizaram 7.466, 20% a mais que no ano anterior, superando a média histórica de variação anual de mortes no estado que era, até 2019, de 2,5% ao ano.

A pandemia trouxe também reflexo em outras doenças que registraram aumento considerável na variação entre os anos de 2019 e 2020. Foi o caso do número de mortes causadas pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) que saltou 3.500%, saltando de 2 para 72 casos.

Causas Indeterminadas foram responsáveis ainda por uma alta de 410% de óbitos no período, elevando de 29 para 148 o número dos registros. Casos relacionados a doenças por Causas Respiratórias chegaram a subir 67,7%, passando de 1.747 para 2.931 e especificamente Causas de Insuficiência Respiratória foram responsáveis por 34,81%, saindo de 339 casos para 457.

Doenças Cardíacas
Já entre os óbitos causados por doenças Cardíacas, muitas vezes relacionadas à Covid-19, houve aumento de 13,9% na comparação entre 2019 e 2020. Entre as doenças do coração, o registro que apontou maior crescimento foi o de mortes por Causas Cardiovasculares Inespecíficas, que cresceu 9,48% entre os anos, sendo que o aumento dos óbitos em domicílio é uma das explicações para o diagnóstico inespecífico das mortes causadas por doenças do coração.

Mortes em casa
De acordo com o portal, o número de mortes em domicílio disparou em Nova Iguaçu quando se comparam os anos de 2019 e de 2020, registrando um aumento de 17,3%, saindo de 1.120 para 1.314 casos.

As mortes por Causas Indeterminadas fora de hospitais cresceram 123%. Também cresceram os óbitos por Causas Respiratórias (122,8%), por Septicemia (100%), por Insuficiência Respiratória (93,7%), Infarto (78,4%), por Causas Cardíacas (78,3%) e Pneumonia (70,5%). Óbitos por Acidente Vascular Cerebral, o AVC, ocorridos em casa tiveram alta de 4,5%.

Os registros de óbitos, feitos com base nos atestados assinados pelos médicos, apontam que 19 cidadãos de Nova Iguaçu morreram de Covid-19 em casa.