Nepotismo: Ministério Público dá prazo para prefeito de Magé demitir parentes

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Sete parentes nomeados para cargos na Prefeitura de Magé/Reprodução

Renato Cozzolino nomeou noiva, irmã, tio e cunhado em postos na prefeitura.

O prefeito de Magé, Renato Cozzolino (PP), te um prazo de 10 dias para exonerar quatro parentes do próprio secretariado, enquadrados em nepotismo. A decisão é do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) que recomendou a demissão.

O órgão concluiu o inquérito aberto mês passado, após o jornalismo da TV Globo mostrar as nomeações. “O silêncio ou a recusa poderá acarretar a adoção das providências judiciais e extrajudiciais cabíveis”, disse o MPRJ em nota.

Na lista das exonerações estão Jamille Cozzolino (irmã e vice-prefeita, secretária de Educação e Cultura); Lara Adario Torres (noiva, secretária de Assistência Social e Direitos Humanos); Felipe Menezes de Souza (cunhado, secretário de Esporte, Turismo, Lazer e Terceira idade); e Samyr Harb (tio, secretário de Infraestrutura).
Renato Cozzolino nomeou outros três primos: Vinícius Cozzolino Abrahão (secretário de governo); Mauro Raphael Cozzolino Nascimento (secretário de Fazenda); Fernando José Assunção Cozzolino (secretário de Trabalho e Renda). Fernando foi denunciado ano passado, suspeito de ser servidor fantasma da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Ele aparecia batendo ponto em uma escola, da qual seria dono, e não na Casa. Os promotores não citaram esses três no ofício enviado a Magé.

Inquérito
O MPRj abriu um inquérito para apurar se o prefeito praticou nepotismo e pediu que Renato Cozzolino se abstenha de nomear pessoas que se enquadrem nessa hipótese e passe a exigir que os nomeados assinem declaração atestando que não se encontram nessa situação.

“A recomendação considera que o nepotismo constitui modalidade de ofensa aos princípios constitucionais da impessoalidade, moralidade e eficiência administrativa por meio da nomeação de familiares para o exercício de cargos públicos”, escreveram os promotores.

Em nota, a Prefeitura informou que “no prazo estabelecido pela promotoria, o prefeito se reunirá com a Procuradoria-Geral do Município para avaliar a pertinência jurídica das recomendações, caso a caso”, afirmou.