Mundo passa de 4 milhões de mortes por Covid, mas número ‘subestima o total de vítimas’, diz OMS

Parentes rezam sobre o túmulo de ente querido morto pela Covid/Bruno Kelly/Reuters

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante reunião em Genebra em 24 de maio/Laurent Gillieron/Pool via Reuters

O mundo passou de 4 milhões de mortes causadas pela Covid-19, mas o número “subestima o total de vítimas”, afirmou nesta quarta-feira (7) o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom.

A marca é superada com o Brasil de novo como o país que tem a maior média diária de novas vítimas do coronavírus do planeta (veja mais abaixo).

Foram 263 dias para a pandemia chegar ao 1º milhão de vítimas, mais 108 dias para o 2º milhão, outros 93 dias para o 3º milhão e apenas 81 dias para ultrapassar a marca atual.

“O mundo está em um ponto perigoso nesta pandemia. Acabamos de ultrapassar a trágica marca de 4 milhões de mortes registradas de Covid-19, o que provavelmente subestima o número total de vítimas”, afirmou Tedros.

Apesar da declaração, o painel da OMS reporta na manhã desta quarta 3.988.565 mortes causadas pela Covid-19. O monitoramento da Universidade Johns Hopkins aponta 3.995.703 vítimas e o “Our World in Data”, projeto ligado à Universidade de Oxford, 3,99 milhões.

O mundo registrou o último milhão de mortes em tempo recorde, mas número de novas vítimas tem desacelerado nos últimos meses, de uma média de 13,9 mil no fim de de abril para 7,8 mil atualmente.

Brasil como o pior país
O número de mortes por Covid-19 tem recuado também no Brasil, de uma média de mais de 3,1 mil em meados de abril para cerca de 1,5 mil por dia na última semana, mas o patamar atual ainda é muito alto.

O Brasil é o país que a maior média de óbitos por dia por Covid-19 desde 20 de junho (posto que já havia ocupado entre março e abril deste ano e entre junho e julho do ano passado).

Atualmente, a média diária de vítimas no Brasil é mais do que a de Índia e Rússia juntos (o 2º e 3º países do ranking. Veja na tabela abaixo:

Países com as maiores médias de novas mortes por Covid-19

1. Brasil 1.574
2. Índia 806
3. Rússia 658
4. Colômbia 591
5. Indonésia 511
6. Argentina 483
7. África do Sul 305
8. Peru 213
9. EUA 198
10. México 154
Fonte: Our World in Data (dados acessados em 06/07/21)

Mortes, casos e vacinação
O mundo tem atualmente 184 milhões de casos de Covid-19 confirmados, e os países já aplicaram mais de 3,2 bilhões de vacinas para combater a doença e o vírus.

O Brasil é o 2º país com mais óbitos, o 3º com mais infectados e o 4º que mais aplicou doses de imunizantes.
Todos os números são do “Our World in Data”, projeto ligado à Universidade de Oxford, e da Universidade Johns Hopkins.

As 10 nações com mais óbitos por Covid-19 desde o início da pandemia:
1. EUA 605 mil
2. Brasil 525 mil
3. Índia 403 mil
4. México 233 mil
5. Rússia 137 mil
6. Reino Unido 128 mil
7. Itália 127 mil
8. França 111 mil
9. Colômbia 109 mil
10. Argentina 96 mil

Os 10 países com mais casos confirmados de Covid

1. EUA 33,7 milhões
2. Índia 30,6 milhões
3. Brasil 18,7 milhões
4. França 5,8 milhões
5. Rússia 5,5 milhões
6. Turquia 5,4 milhões
7. Reino Unido 4,9 milhões
8. Argentina 4,5 milhões
9. Colômbia 4,3 milhões
10. Itália 4,2 milhões

Os 10 países com mais vacinas contra a Covid-19 aplicadas:

1. China 1,32 bilhão
2. Índia 351 milhões
3. EUA 330 milhões
4. Brasil 106 milhões
5. Reino Unido 79 milhões
6. Alemanha 77 milhões
7. França 56 milhões
8. Turquia 54 milhões
9. Itália 53 milhões
10. Japão 50 milhões

Evolução da pandemia
O primeiro milhão de mortes foi marcado por uma primeira onda na Europa, entre março e abril de 2020, que assustou o mundo e levou os países a adotarem severas medidas de restrição para diminuir a proliferação do vírus.

O segundo milhão de vítimas foi marcado por uma aceleração constante no número de óbitos primeiro na Europa, impulsionada pela variante alfa, detectada inicialmente no Reino Unido, e posteriormente nos Estados Unidos, o que levou o mundo a atingir na época o recorde de mortes diárias.

O terceiro milhão de óbitos foi marcado por uma forte queda no número de mortes tanto nos EUA quanto na Europa, após severas restrições e com a aceleração da vacinação. Ao mesmo tempo, os óbitos já começavam a crescer na América do Sul e na Ásia, a partir de março.

Já o quarto milhão foi marcado por uma disparada da pandemia na América do Sul e na Ásia, sobretudo por causa do Brasil e da Índia.