Mulher mantida em cárcere privado por cinco dias é libertada por PMs no Rio

Refém - manchete (3)

A prisão do criminoso.Vítima relata aos PMs que a libertaram o horror que passou nas mãs o do sequestrador/Reprodução/PMERJ

Vítima aproveitou que agressor havia saído para compra cigarros e chamou a polícia.

Fim da agonia para uma mulher que era mantida em cárcere privado há cinco dias em uma casa na Vila Vintém, bairro da Zona Oeste do Rio. Ela foi libertada ontem pela Polícia Militar e o criminoso preso em flagrante. A vítima conseguiu chamar a polícia quando o agressor saiu para comprar cigarros, na noite da última sexta-feira. O O homem foi preso em flagrante.

A mulher relatou aos PMs que durante o tempo que esteve em poder do sequestrador foi agredida e violentada sexualmente. O homem também não lhe deu comida nem água e exigiu conseguisse dinheiro, após acusá-la de furto.

Segundo a PM, a jovem veio do Paraná para trabalhar em um estúdio de tatuagem na Vila Vintém. Ela conhecia o sequestrador apenas de vista. “Na hora do almoço, eu ia para a pracinha. A gente conversava, só isso”, disse. Disse ainda que no início desta semana, quando eles estavam na praça, começou um tiroteio. “Nós fomos nos esconder na casa dele, que fica em frente”, disse.
Ainda de acordo com o depoimento da vítima, durante o confronto o agressor havia dito que iria para a casa da prima e a deixou na residência. “Sumiu e me deixou lá, com o barulho dos tiros, e ele não voltava”, narrou. Deixei a chave com a vizinha e saí”, disse.

Foi acusada de roubar dinheiro
Horas depois, de volta à praça, ela disse que reencontrou o rapaz e perguntou se ele estava bem. Ela contou que nesse momento ele disse que ia me mostrar o que houve. “Foi eu entrar na casa dele, e ele me trancou”, explicou aos policiais. Ainda segundo a vítima, o homem a acusou de roubar dinheiro na casa dele. “Ele afirmou que sumiram R$ 2.500 da casa dele. Eu não sabia da existência desse dinheiro ou quem ele era”, contou.

 Sessões de tortura
A mulher relatou que apanhou enquanto estava no cárcere privado. “Durante esses dias, ele me bateu algumas vezes, me derrubou no chão. “Se eu não arrumasse R$ 2.500 até as 8h de sábado, a prima dele vinha aqui me matar”, emendou.

Na noite da última sexta-feira, a jovem contou que estava tomando banho quando viu que o homem saiu para comprar cigarros. Imediatamente ela ligou para o 190 e, na sequência, um celular do setor de inteligência do 14º BPM (Bangu) a contatou no WhatsApp.

Ela compartilhou a localização e avisou à polícia que o homem tinha duas facas. A vítima disse ainda que a melhor hora de tentar libertá-la era no fim da madrugada. Quando o dia clareou, os PMs chegaram à casa. A jovem conseguiu empurrá-lo contra um armário e se desvencilhou dele. Um policial o imobilizou. A ocorrência foi registrada na 35ª DP (Campo Grande).