Mulher é morta a facadas pelo ex-namorado em Belford Roxo

Covardia

Rone torturou Priscila Ferreira até a morte/Reprodução

Crimes de Feminicídio

O fim de uma relação terminou de forma trágica e covarde para Priscila Ferreira, de 35 anos. Ela foi assassinada a facadas pelo ex-namorado, Rone Vicente de Macedo, 42, na manhã do último sábado, dentro de casa, no bairro Itaipú, em Belford Roxo.

O crime aconteceu duas semanas antes dela anunciar que não queria mais a aproximação de Rone, que tentou de todas as formas que reatassem. A irmã da vítima disse que ela foi surpreendida pelo assassino por volta das 5h e acabou torturada até ser morta por volta das 10h.

Vizinhos contam terem visto o homem chegando com uma sacola na rua da ex-namorada, e ouviram os gritos de desespero da vítima durante a sessão de tortura. Ele matou Priscila ao perceber que uma das vizinhas entrou na residência e, logo, feriu-se com a mesma faca no pescoço.

O homem foi levado ferido, sob custódia, por policiais do 39° BPM (Belford Roxo) ao Hospital Municipal de Belford Roxo. E não corre risco de morrer. Ele foi preso em flagrante por agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) e encaminhado para o sistema prisional. A arma do crime foi recolhida próxima ao corpo da vítima, que era viúva e tinha um filho de 10 anos.

Família inconformada
Priscila foi sepultada no último domingo, no Cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita. Recentemente, ela começou a trabalhar em um depósito de veículos da prefeitura municipal, além de ter um campo de futebol que administrava após a morte do marido, há quatro anos, vítima de infarte fulminante aos 38 anos. A família não se conforme com o crime.

Suspeito de matar e esquartejar mulher em Nova Iguaçu é preso
Um suspeito de matar e esquartejar uma mulher que em Nova Iguaçu foi preso ontem em Guapimirim. O crime aconteceu no último sábado. A Polícia Civil informou que a vítima foi esfaqueada várias vezes e teve a cabeça arrancada. Além disso, a investigação apontou que os restos mortais da mulher, que era inquilina do assassino, foram guardados em um saco plástico e depois jogados em um valão.

Depois do assassinato, os investigadores descobriram que o homem fugiu para Guapimirim. Foi feito um cerco por agentes da 67ª DP e policiais militares do 34º BPM, e o suspeito acabou preso. Em seguida, ele foi levado para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), unidade responsável pela investigação.

Foi informado pela polícia que o suspeito tem dez anotações criminais por diversos crimes, entre eles violência doméstica contra a ex-companheira, roubo, tráfico de drogas, furto e receptação.

Um dos presos na Operação Resguardo deflagrada pela Polícia Civil/Divulgação

Operação contra agressores de mulheres prende 118 no RJ

No Dia Internacional da Mulher, a Polícia Civil, por meio do Departamento-Geral de Polícia de Atendimento à Mulher (DGPAM), deflagrou ontem a Operação Resguardo, a maior ação de combate a crimes de violência contra a mulher do Brasil. A iniciativa, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, é realizada nos 26 estados do país e no Distrito Federal. No Rio de Janeiro, os são 258 medidas cautelares e protetivas, além de mandados de prisão. Foram presos 118 pessoas.

A ação integrada teve início no dia 1º de janeiro de 2021 em todo o Brasil. Desde então, a Polícia Civil do Rio de Janeiro apurou mais de 30.986 denúncias, que culminaram com a instauração de 7.327 inquéritos policiais, 212 mandados de prisão, 353 cumprimento de mandados judiciais, com atendimento de mais de 36.390 mulheres vítimas de violência, e a prisão de 1.367 agressores em todo o estado.

Média de 251 casos de violência
Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) aponta que 73 mil mulheres sofreram algum tipo de violência no Estado do Rio de Janeiro entre os meses de março e dezembro de 2020. O número representa uma média de 251 vítimas por dia. Ao longo do período houve 65 feminicídios.
“É como se fosse uma escada da violência e, em cada degrau subindo, a violência vai aumentando. Até que chegamos no último degrau, o ápice da violência, que culmina com a retirada da vida dessa mulher. Daí a importância de interrompermos este ciclo da violência”, afirmou Marcela Ortiz, do ISP.

Mais de 60% dos casos ocorreram dentro de casa. Os companheiros ou ex-companheiros das vítimas foram os agressores em mais de 80% dos registros enquadrados na Lei Maria da Penha.

As áreas do estado que registraram mais crimes contra a mulher foram: Cidade de Deus e Campo Grande, no Rio; e Austin, em Nova Iguaçu. Os dados podem auxiliar na elaboração de políticas públicas efetivas para a proteção das mulheres.