Mulher arrastada por bandidos passa por cirurgia para colocação de prótese

Eci Coutinho está internada no Hospital Estadual Getúlio Vargas,a Penha

Eci Coutinho Bella foi arrastada por bandidos na Pavuna/Reprodução

Aline e Alex Coutinho tentaram salvar a vítma: desespero e impotência diante da barbárie/Reprodução

Eci Coutinho Bella, de 72 anos, foi submetida a uma cirurgia na tarde desta terça-feira (12) para colocação de uma prótese no ombro. Ela sofreu múltiplas fraturas pelo braço e machucados graves nas costas após ser arrastada por cerca de um quilômetro durante um assalto na Pavuna, bairro da Zona Norte do Rio, no último sábado (9). A idosa está internada no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, e seu estado de saúde é estável, segundo a unidade.

A vítima não conseguiu se soltar do cinto de segurança do carro, enquanto os criminosos fugiam em alta velocidade e foi arrastada por três quarteirões. No momento do crime, Eci estava acompanhada do filho, da nora e dos dois netos. A família voltava de um aniversário em Cabo Frio, na Região dos Lagos, por volta das 20h30, quando parou em um sinal na altura do Fórum da Pavuna. Nesse momento, dois ladrões em uma moto encostaram no veículo e anunciaram o assalto.

Recuperação dolorosa
O carona da moto apontou uma arma para a cabeça do motorista, de 48 anos, e o puxou para fora do carro. Ajoelhado no chão, o homem assistiu a seus filhos, de 7 e 14 anos, e esposa se jogando para fora, com o veículo ainda em movimento. Presa ao cinto de segurança, a mãe dele ficou pendurada para fora do veículo, com as costas batendo no asfalto. Um vídeo de câmera de segurança mostra a idosa rolando no asfalto após o cinto arrebentar. Os filhos e a esposa, que pularam com o carro em movimento, não se feriram.

Alex Coutinho disse que a recuperação da mãe será longa e dolorosa e que as lembranças do assalto não abandonarão a família. “Minha mãe ainda está em estado de choque. Ela disse para mim que está sofrendo muito, com muita dor. As costas foram comidas pelo asfalto – está no osso. A carne dos braços e das pernas, também. Mas é grata a Deus por estar viva”, afirmou ele que sofreu um machucado no joelho.

“Eu tentei soltar minha sogra. Ele bateu com a arma no meu braço e começou a me xingar. Ele soltou a arma por um segundo porque soquei o braço dele. A arma caiu no chão do banco de trás, mas ele foi mais rápido que eu. Quando ele pegou a arma, tive que sair correndo. Ela ficou. Eu tentei tirar minha sogra, eu tentei tirar minha sogra, mas não consegui”, contou a nora da vítima.

A polícia civil informou que um dos autores do roubo já foi identificado e diligências seguem em andamento para localizar os envolvidos. O caso foi registrado na 39ª DP (Pavuna).

“Não vamos descansar”, diz governado Claudio Castro sobre prender os bandidos 

O governador do Rio Claudio Castro (PL) ligou nesta terça-feira para os filhos da vítima. “A covardia que criminosos fizeram contra Dona Eci, arrastada pelas ruas durante um roubo de carro, não ficará impune! A Polícia Civil já identificou um dos bandidos e pediu sua prisão à Justiça. Também já se sabe de onde é essa quadrilha. Falei com os filhos de Dona Eci, prestei minha solidariedade e disse que não vamos descansar enquanto não colocarmos esses covardes na cadeia!”, afirmou Castro nas redes sociais.

O menino João Hélio Fernandes, de 6 anos, morreu após ser arrastado durante sete quilômetros/Reprodução 

Caso João Hélio
Há 15 anos, um caso semelhante chocou o Rio de Janeiro. O menino João Hélio Fernandes, de 6 anos, morreu após ser arrastado durante sete quilômetros, depois do carro em que estava ter sido assaltado no bairro Oswaldo Cruz, Zona Norte do Rio.

O menino e a mãe dele passavam de carro pela Rua João Vicente próximo à Praça Patriarca quando foram abordados por três criminosos armados. Em 2019, um dos assassinos do menino foi autorizado pela Justiça do Rio de Janeiro a deixar cadeia. Condenado a 39 anos de prisão, Carlos Roberto da Silva ficou dez anos no presídio e ganhou o direito de cumprir o restante da pena em casa.