MPRJ denuncia PMs pelas mortes de dois jovens em Belford Roxo

Imagens de câmera de segurança desmentem versão dos policiais/Reprodução

Jhordan Luiz de Oliveira Natividade e Edson de Souza Arguinez foram assassinados e os corpos encontrados 8 km de distância do local da abordagem/Reprodução

Dois policiais militares lotados no 39º BPM (Belford Roxo) foram denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pelos assassinatos de dois jovens em Belford Roxo, em 12 de dezembro do ano passado. O soldado Jorge Luiz Custódio e o cabo Júlio Cesar Ferreira dos Santos vão responder por duas acusações de homicídio qualificado. A denúncia já está na Justiça e o processo é sigiloso.

Os militares são suspeitos de serem os responsáveis pelas mortes de Jhordan Luiz de Oliveira Natividade e Edson de Souza Arguinez após uma abordagem no bairro São Bernardo. Uma câmera de segurança mostra um dos PMs atirando em direção aos dois jovens que passam de moto por uma blitz. Em seguida, as vítimas caem.

Na sequência, um dos policiais dá um chute nas costas de um dos jovens. Logo depois, um carro branco que estava parado próximo ao ponto da abordagem deixa o local.

Ainda pelas imagens é possível ver quando um policial leva um dos jovens para o outro lado da rua. O outro se arrasta para o mesmo lugar. Os policiais ficam minutos ali. Um deles desaparece da imagem. Outra câmera mostra o momento em que os jovens são algemados e levados pelos PMs. Os corpos de Edson e Jordan foram encontrados foram encontrados a oito quilômetros do local da abordagem.

No carro dos policiais, a perícia encontrou o que acredita serem manchas de sangue no chão e no tapete do veículo. Em depoimento, os dois policiais disseram que o piloto da moto perdeu o controle e eles caíram, e que não houve nenhum disparo.

O cabo Júlio Cesar disse ainda que os rapazes foram algemados para serem levados até a delegacia e, por isso, o soldado foi dirigindo a moto com os dois algemados no banco de trás. Eles disseram ainda no depoimento que uns 40 metros depois resolveram liberá-los porque concluíram que nem os jovens e nem a motocicleta tinham problemas.

A prisão dos policiais foi concedida pelo juiz de plantão com o agravante de não terem informado ao comandante do Batalhão o que havia ocorrido. O soldado Jorge Luiz afirmou no depoimento “não ter o que relatar”.