Mortos aparecem como doadores de campanha, diz Justiça Eleitoral

O TSE aumentou o esquema de segurança para acessar o prédio do tribunal neste domingo

Além dos ‘fantasmas, desempregados e eleitores com renda incompatível doaram R$ 22 milhões

Doações feitas por quase 4 mil desempregados, eleitores sem renda suficiente para financiar candidatos e até pessoas mortas aparecem no levantamento realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que identificou indícios de fraude no financiamento e prestação de serviços de campanha dos candidatos nas eleições 2020. No total, esses grupos doaram mais de R$ 22 milhões.

O documento aponta 775 fornecedores sem registro de atividade comercial ou cadastro na Receita Federal que doaram R$ 1,3 milhão e 217 empresas com sócios ligados aos candidatos. A doação deles soma R$ 471 mil. Ao todo, os indícios de fraude somam 7 mil casos, segundo o TSE. As doações feitas por desempregados são as que mais chamam a atenção.

Os repasses feitos por esses eleitores chegam a R$ 15,9 milhões. Já os doadores com renda incompatível (782 casos identificados) repassaram R$ 6,4 milhões para os candidatos. Por enquanto, foram identificadas cinco pessoas mortas, que constam do Sistema de Controle de Óbitos (Sisobi) e doaram R$ 6,8 mil para as campanhas.

Parceria com Núcleo de Inteligência
O levantamento divulgado pelo TSE é resultado da parceria com o Núcleo de Inteligência da Justiça Eleitoral, que conta com seis órgãos federais, além do TSE. De acordo com o tribunal, as informações coletadas pelo núcleo serão repassadas agora para os juízes eleitorais. Eles poderão solicitar diligências para comprovar a procedência do indício e utilizar essas informações para julgar a prestação de conta dos candidatos.