Covid-19: morre médico carioca que participava dos testes da vacina de Oxford

Oxford

João Pedro R. Feitosa morreu no último dia 15. A vacina da AstraZeneca contra a Covid-19/Reprodução/Dado Ruvic/Reuters

Morador do Rio, ele não resistiu à decorrência das complicações pela Covid-19

O médico João Pedro R. Feitosa, que estava participando da fase 3 de testes da vacina da universidade britânica de Oxford em parceria com a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca contra o coronavírus morreu por complicações relacionadas à doença, na quinta-feira da semana passada. Segundo comunicado enviado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apesar de a morte ter sido confirmada, o laboratório onde os testes acontecem não pode confirmar se ele recebeu uma dose da vacina ou se participava do grupo de placebo.

A Anvisa informou que foi notificada do óbito na última segunda-feira e que foi informada que o comitê independente que acompanha o caso sugeriu o prosseguimento do estudo. “O processo permanece em avaliação”, disse o órgão.

De acordo com o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), responsável pelos testes no Rio de Janeiro, já foram vacinados aproximadamente 8 mil voluntários no país. Em nota, o IDOR informou que não poderia confirmar a participação de nenhum voluntário no estudo clínico com a Vacina de Oxford.

Não recebeu dose ativa
Contudo, a instituição diz que, diante dos dados coletados em testes em todo o mundo, não existem dúvidas sobre a segurança da vacina. Especialistas da área de saúde disseram que o rapaz integrava o grupo de placebo dos testes e que não recebeu uma dose ativa da vacina. Segundo eles, caso isso houvesse acontecido, os testes teriam sido parados de imediato.

Formatura no ano passado
João Pedro se formou na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no ano passado. Um dia depois da morte do médico, o Centro Acadêmico Carlos Chagas (UFRJ) fez uma publicação nas redes sociais lembrando o vazio e a saudade do ex-aluno.

“João, acho que poderia nesse pequeno texto lembrar do quão bom médico e aluno exemplar você foi, mas acho que a recordação que vou mencionar a todos aqui será outra. Quero guardar para sempre o quão bom namorado, irmão e amigo você foi. A dor no peito, o vazio e saudade desde que você se foi crescem a cada instante e o que nos dá força nesse momento além do carinho de tantos amigos que você fez na vida é lembrar de como você era”, diz um dos trechos.