Ministro da Educação entrega pedido de exoneração a Bolsonaro

Segundo fontes, foi o próprio Ribeiro que tomou a iniciativa e informou ao presidente sobre a decisão

Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Educação, Milton Ribeiro, em cerimônia realizada no Palácio do Planalto/Cláudio Reis/Estadão Conteúdo

BRASÍLIA – O ministro da Educação, Milton Ribeiro, entregou pedido de exoneração ao presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda-feira (28). Ele pede para deixar o cargo depois de vir à tona um suposto favorecimento de pastores na distribuição de verbas do ministério. Ribeiro negou as acusações.

A existência de um “gabinete paralelo” integrado por pastores que controlariam verbas e agenda do Ministério da Educação foi revelado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. Depois, a “Folha de S.Paulo” divulgou o áudio de uma reunião em que o ministro disse que, a pedido do presidente Bolsonaro, o
repasse de verbas seguiria as indicações de dois pastores.
Os pastores a que o ministro se refere no áudio são Gilmar Santos e Arilton Moura. Eles não têm cargo no governo, mas participaram de diversas reuniões com autoridades nos últimos anos.

Na carta em que pediu exoneração do cargo, Ribeiro se defende, afirmando que “jamais realizou um único ato de gestão na pasta que não fosse pautado pela correção, pela probidade e pelo compromisso com o erário” e que pediu para deixar o cargo para que “não paire nenhuma incerteza
sobre a minha conduta e a do Governo Federal”.

Aliados defenderam saída
O presidente Jair Bolsonaro foi convencido por aliados a tirar Milton Ribeiro do comando do Ministério da Educação. Alguns aliados defenderam uma licença de Ribeiro, mas a preferência é pela demissão.

No seu lugar deve assumir como substituto o secretário-executivo do MEC, Victor Godoy. Segundo fontes, foi o próprio chefe da pasta que tomou a iniciativa e informou ao presidente sobre a decisão. O objetivo é evitar ainda mais desgaste no governo.