Ministério Público pede condenação de motorista por furto em Nova Iguaçu

Furto - sub IV

Um caso envolvendo furto e até ameaça de morte contra um renomado advogado criminalista mobilizou a Polícia Civil e o Ministério Público na Baixada. O acusado é o vendedor de seguros de carro Bruno Saldanha da Silva Nascimento.

Em 2017, o MP pediu a condenação dele pelo crime de furto qualificado ocorrido em dezembro de 2013. O assistente de acusação Edson Lopes do Nascimento ratificou o pedido de condenação do réu.

Segundo consta nos autos do processo a que o Hora H teve acesso, com exclusividade, Bruno trabalhou como motorista particular na casa do advogado durante um mês, em 2013. Logo depois, pediu demissão alegando problemas pessoais.  Dez dias depois, ele ligou para o advogado e pediu o emprego de volta. Apesar de resistir a ideia, ele acabou readmitindo o funcionário. Foi a partir daí que começaram os aborrecimentos e as desconfianças.

A vítima do furto relata no processo que Bruno guardou o carro na garagem da casa, sem autorização, durante os três dias em que permaneceu no emprego. Ele deixava o carro à noite e ia para os bares encontrar os amigos e só retornava tarde da noite. O advogado estranhou o fato dos dois cães, um deles pastor alemão, não esboçarem reação com a presença dele, embora fosse muitos bravos.

Testemunhas ameaçadas
Ainda segundo relatos, na noite do dia 13 de dezembro daquele ano, oito rodas de magnésio aro 17 e dois botijões de gás desapareceram da casa do advogado. Uma testemunha, que consta no processo criminal, declarou ter visto Bruno furtar
os objetos ao passar pela residência a caminho da igreja. Carlos Antônio não achou anormal a atitude do motorista porque sabia que ele trabalhava na casa. Após prestar depoimento, a testemunha foi ameaçada por pessoas ligadas ao acusado.

Uma funcionária que também trabalhava na residência, Thalina Rodrigues, pediu demissão após questionar Bruno sobre o sumiço dos objetos. Como resposta, ela teria ouvido do motorista a seguinte frase; “Cuidado, você pode ser atropelada ao
atravessa a rua”. O depoimento dela também consta nos autos.

O caso foi registrado pelo proprietário da casa dez dias após o fato na 52ª DP (Nova Iguaçu). Ainda nos autos do processo criminal, a vítima relata que em outubro de 2013 chegou a comparecer na mesma delegacia como advogado de Bruno, que havia sido intimado a depor pelo inspetor Roque em um caso de assalto contra uma jovem.
Por medo, a vítima do assalto não quis fazer o reconhecimento, conforme depoimento em juízo do próprio policial

Ainda de acordo com o processo, Roque alertou o advogado para o risco de ter contratado Bruno como motorista. Segundo o policial, meses depois ele encontrou o lesado do furto que relatou sobre o ocorrido em sua casa. Roque teria, então
afirmado: “Eu avisei a você que isso iria acontecer e você acreditou”.

Reportagem: Antonio Carlos.