Milicianos da Baixada Fluminense e do Rio se uniram para invadir favelas no RJ

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Disque Denúncia pede informações sobre chefes da milícia de Queimados/Divulgação/Polícia Civil 

Investigações da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) revelam que milicianos de Queimados e outras cidades do RJ se aliaram a Wellington da Silva Braga, o Ecko, líder do maior grupo paramilitar, que tem base na Zona Oeste do Rio, contra a maior facção criminosa do tráfico de drogas do Rio.

Segundo a especializada, fotos e mensagens encontradas em celulares de integrantes do bando que atua no município da Baixada apontam a participação deles em várias disputas de territórios desde 2018. A quadrilha ajudou o grupo de Ecko a invadir as favelas da Praça Seca, na Zona Norte, de Antares, na Zona Oeste, e Grão Pará, em Nova Iguaçu.

O trato entre as milícias da Zona Oeste e da Baixada prevê auxílio mútuo: Ecko envia reforços para Queimados para que a milícia local aumente o controle sobre o território e, em troca, os paramilitares da Baixada precisam fornecer homens e fuzis em casos de invasões que interessam a Ecko.

Em Queimados, já é possível notar o resultado da parceria: em agosto, dois milicianos de Campo Grande, na Zona Oeste, foram presos em Queimados por agentes da distrital do município, a 55ª DP. Ainda segundo a Polícia Civil, Ecko também fechou acordos com bandos de outras partes da Baixada, como Nova Iguaçu e Belford Roxo.

Sequestro e execução de chefe do tráfico
Numa das imagens que estão poder dos agentes, Victor Valladares Silva, que seria um dos líderes da milícia de Queimados, aparece vestido com uma farda camuflada semelhante à usada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) e um fuzil com outros dois integrantes do grupo. A foto, segundo a especializada, foi tirada na favela de Antares, que foi tomada pelo bando de Ecko.

Ainda de acordo com a DHBF, Valladares foi identificado pela Delegacia Antissequestro (DAS) como um dos responsáveis pelo sequestro e execução do chefe do tráfico do Morro Azul, no Flamengo, na Zona Sul do Rio. Márcio de Oliveira Caroba da Silva, o Larraia, foi capturado pelos paramilitares em 30 de junho, quando visitava parentes em Queimados.

Três homens acusados pelo sequestro de Larraia já foram presos pela DAS: Marcos Toledo, Robson Rodogério Mathias, o Magu, e Sandro do Amaral Pinto — todos integrantes da milícia de Queimados, segundo a DAS. As prisões foram feitas com auxílio do Disque Denúncia e da DHBF, que já investigava o bando. Valladares e Duim, os dois chefes da milícia, estão foragidos. O inquérito segue em andamento para apurar a participação de policiais no crime. O corpo não foi encontrado até hoje.