Milícia ‘Guardiões do Crivella’ é alvo de operação da Polícia Civil

Caça aos guardiões-03

Prefeito Crivella com ‘ML’ e o grupo que participava do grupo de WhatsApp: atentado contra a segurança/Reprodução

A Polícia Civil realizou ontem a Operação Freedom (Liberdade) contra os ‘Guardiões do Crivella, grupo criado por assessores da Prefeitura do Rio mobilizados para atrapalhar o trabalho da imprensa. Nove mandados de busca e apreensão expedidos pela juíza Soraya Pina Bastos, do Plantão Judiciário, foram cumpridos em endereços ligados a funcionários do esquema. O esquema foi revelado pelo jornalismo da TV Globo.
Hoje (1º), o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou uma investigação sobre possível prática de crimes no esquema. Um dos alvos da operação é Marcos Paulo de Oliveira Luciano, o ML, que aparece em grupos de WhatsApp dando ordens aos assessores. Com ele, agentes da Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) apreenderam notebooks, celular, dinheiro, cheques, contratos e um pacote escrito “Crivella”.

Associação criminosa
O inquérito aberto na especializada investiga os “guardiões” pelos crimes de associação criminosa e atentado contra a segurança ou o funcionamento de serviços de utilidade pública. “Não é preciso muita divagação teórica para demonstrar que o serviço da imprensa — goste ou não — constitui efetivo papel de utilidade pública”, diz o inquérito. Também há a suspeita de peculato — crime praticado por funcionário público contra a administração.

“O próximo passo é ouvir a chefia de gabinete do prefeito”, explicou o delegado Willian Pena Junior. “Se no decorrer da investigação surgir algum indício de cometimento de crime por parte do prefeito, isso será enviado para o Ciaf (Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro da Polícia Civil) e para o Gaocrim (Grupo de Atuação Originária Criminal do MPRJ)”, emendou.

Segundo a reportagem, o esquema mobilizou funcionários comissionados da Prefeitura do Rio, escalados para a porta dos hospitais municipais, para atrapalhar reportagens e impedir que a população denuncie problemas na área da Saúde.
A organização tem plantões diários, horários rígidos e ameaças de demissão. após a denúncia da TV Globo, houve uma debandada em um dos grupos e que os “guardiões” também agem nas redes sociais.

Câmara vai abrir CPI dos Guardiões do Crivella
Um pedido para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos “Guardiões do Crivella” já conta com as 17 assinaturas suficientes para ser protocolada na Câmara dos Vereadores.

A oficialização da abertura da CPI depende da publicação do presidente da Casa, Jorge Felippe (MDB), em Diário Oficial. Depois, devem ser convocados os membros de acordo com a representatibidade partidária das siglas na Casa. A partir daí, o presidente da Casa marca a reunião de instalação, na qual são definidos presidente e relator.

 

Fonte: G1