Milícia ameaça empresário da área de telecomunicações em ponto de gatonet na Baixada

O crime de ameaça é investigado pela 53ª DP (Mesquita)

Criminosos estão impedindo o trabalho da empresa na instalação fibra óptica para algumas regiões da Baixada. Civil investiga

Profissionais do ramo de telecomunicações vivem à sombra de um inimigo. Empresário da área, João Raphael França de Souza, de 30 anos, está aterrorizado desde que começou a sofrer constantes ameaças por parte de paramilitares que exploram e lucram milhões de reais com o mercado paralelo de internet.

A empresa de propriedade de João Raphael fornece fibra óptica para algumas regiões da Baixada Fluminense. Há pouco tempo, o empresário disse ter recebido uma ligação telefônica de um integrante da milícia que havia contratado o ponto. Segundo ele, quando estava fazendo a instalação exatamente numa área de atuação da quadrilha, recebeu ordens do bandido para não usar o poste e retirasse qualquer equipamento que havia instalado. A vítima disse que as ameaças têm aumentado. Inclusive, afirma, homens armados tentaram invadir a sede da empresa.

Cabos cortados
Assustado com as intimidações, o empresário registrou o caso na 53ª DP (Mesquita). No Termo de Declaração, a vítima, que já havia feito um registro em maio do ano passado na mesma distrital, relatou à polícia que um homem conhecido como ‘Vicente da Gatonet’ seria o autor das ameaças por telefone.

Ainda de acordo com as declarações, o suspeito não é proprietário de nenhuma empresa legalizada na região de Mesquita. Ele também denunciou que os cabos de sua empresa, que passam pela Avenida União, entre a Igreja do Relógio e o local onde havia o Campo da União, têm sido cortados com frequência pelos criminosos. João Raphael ressaltou que não possui provas que apontem o miliciano como autor das sabotagens, entretanto irá representar criminalmente contra ele pelo crime de ameaça.

Polícia asfixia atuação de quadrilhas
As investigações contra quadrilhas de milicianos que têm aterrorizado a população tem sido intensificadas pela polícia. Na última quinta-feira, uma grande operação contra grupos paramilitares que atuam na Baixada Fluminense e na Zona Oeste do Rio, prendeu 36 pessoas suspeitas de envolvimento com o bando.

Essa é a segunda grande operação contra grupos paramilitares controlados pelos criminosos Danilo Dias, o Tandera, e Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, em dois dias. A ação teve como objetivo prender milicianos, asfixiar as fontes de renda e interromper comércios e serviços ilegais, que geram grande lucro e são explorados pela organização criminosa.

Os grupos são investigados por crimes como cobrança de taxas de segurança; centrais clandestinas de internet e TV a cabo; homicídios; venda ilegal de gás e água; exploração de construção irregulares; transporte alternativo ilegal, estabelecimentos comerciais explorados pela milícia e utilizados para lavagem de dinheiro, entre outras ilegalidades.