Menino brasileiro e o pai estão entre os 159 desaparecidos de desabamento em Miami 

Alfredo e Lorenzo moravam em prédio que desabou em Surfside
Foto: Reprodução/Facebook / Ansa - Brasil

A brasileira Raquel Oliveira ao lado de Lorenzo e do marido, o italiano Alfredo Leone: pai e filho ainda não foram encontrados nos escombros. Nas fotos acima, equipes de resgate trabalham 24 horas em operação de resgate/Octavio Jones/Reuters/Reprodução

O menino brasileiro Lorenzo, 5 anos, e seu pai, o italiano Alfredo Leone, estão entre as 159 pessoas desaparecidas após o desabamento de parte de um hotel em Surfside, nos arredores de Miami, informou a brasileira Raquel Oliveira, mãe do menino, na noite desta quinta-feira (24).

Em uma postagem no Facebook, Oliveira informou que tinha ido para o Colorado na terça-feira (23) e não estava no apartamento na hora do incidente.

“A tragédia que aconteceu em Miami foi no meu prédio e Lorenzo e Alfredo Leone estavam dormindo no momento do colapso. Ainda não tenho nenhuma notícia dos dois. Eu viajei ontem para visitar minha família no Colorado e fui acordada com a notícia. Me sinto muito amada por todos. Nesse momento não há nada que possamos fazer além de esperar”, escreveu.

Na manhã desta sexta-feira (25), Oliveira fez uma nova postagem em que relata seu momento de muita aflição e diz que deixou “seu DNA para compararem com os das crianças não identificadas conforme forem achando”. “Os pais do Alfredo vão enviar os deles da Espanha para ficar no arquivo. O foco hoje é nas buscas e em coisas práticas”, afirmou.

“Eu estou bem, estou calma. Mas estou evitando muito ficar pensando nos dois em si e me focando mais em fazer o que precisar ser feito. Eu não posso ficar emotiva agora, senão eu vou desabar, e eu preciso estar atenta, alerta e rápida. Eu quero evitar qualquer situação emocional agora. Por favor não me perguntem como estou, não posso focar nisso agora”, disse ainda agradecendo o apoio que vem recebendo.

O perfil de Leone na rede social informa que ele é natural de Roma e, em sua última postagem no dia 20 de junho, ele afirmou que era “muito sortudo por ser pai” e que agradecia a isso “todo dia”.

Conforme o último boletim das autoridades de Miami, há 159 pessoas consideradas desaparecidas e quatro mortes confirmadas.

Quatro mortos

Subiu para 4 o número de mortos no desabamento parcial de um prédio na região de Miami, nos Estados Unidos. A prefeita Daniella Levine Cava confirmou os números na manhã desta sexta-feira (25).

As equipes de resgate ainda trabalham nos escombros do prédio para tentar encontrar pessoas. Desde a manhã da quinta-feira nenhum sobrevivente foi encontrado.

As equipes de resgate chegaram a detectar sons de batidas, como se alguém estivesse batendo no concreto, mas não ouviram vozes, de acordo com as autoridades.

A prefeita Levine Cava afirmou na quinta-feira que ainda não se sabia qual era o destino de cerca de 100 pessoas, mas que, talvez, uma parte não estivesse no prédio no momento do colapso. Outras 102 pessoas que poderiam estar no edifício foram localizadas e estão seguras.

Logo após o desabamento, 37 pessoas foram resgatadas da estrutura. Somente duas estavam debaixo dos destroços, nesse primeiro momento. Segundo as autoridades, 10 pessoas ficaram feridas — 4 delas precisaram de atendimento em hospital. Uma pessoa morreu.

Famílias de pessoas que podem estar sob os escombros aguardam em um centro comunitário perto do local onde houve o desabamento. Os familiares aguardam os resultados de exames de DNA de alguns dos corpos que foram retirados do local.

Segundo a agência Associated Press, citando fontes dos governos dos países, estão desaparecidos 22 cidadãos de países da América do Sul — nove da Argentina, seis do Paraguai, quatro da Venezuela e três do Uruguai.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, declarou estado de emergência, o que significa que o estado terá acesso a recursos federais para o resgate.

O prédio
O edifício de 12 andares faz parte do complexo Champlain Towers, em Surfside — uma das pequenas cidades ao redor de Miami bastante procuradas pela proximidade com o mar. O bloco que caiu ficava de frente para o Oceano.

De acordo com o jornal “Miami Herald”, o edifício foi construído em 1981, e o complexo foi concluído em 1991. A unidade que caiu, a Torre Sul, era justamente a que tinha mais apartamentos: eram 136.

O desabamento

O desmoronamento aconteceu por volta de 1h30 de quinta (24) (horário local, 2h30 em Brasília). Segundo testemunhas, a maioria dos moradores dormia. Imagens captadas por câmeras nas redondezas mostraram que o prédio desmoronou rapidamente.
Primeiro, um pedaço da construção caiu, arrastando outra parte para baixo. Uma grande coluna de fumaça pode ser vista à distância.