Medicamentos com cheiro de superfaturamento em Japeri

Prefeitura de Japeri protagoniza outra polêmica, dessa vez na compra de medicamentos/Reprodução

Prefeitura planeja gastar R$ 14,2 milhões na contratação da empresa que irá fornecer os itens para a área da saúde 

O município de Japeri, na Baixada Fluminense, tem se destacado pelos casos absurdos protagonizados pela Prefeitura. Depois dos R$ 17,2 milhões desembolsados para a compra dos kits alimentação, quantia quatro vezes superior a licitação original com valor de R$ 3,7 milhões, o governo de Fernanda Ontiveros (PDT) volta à cena com outra medida gritante.

De acordo com a colunista do jornal ‘Extra’ Berenice Seara, a Prefeitura está em contagem regressiva para pagar R$ 14,2 milhões na compra de 285 ites de medicamentos através de licitação marcada para o próximo dia 20. E os preços previstos na ata do registro comparados aos do sistema do Banco de Preços em Saúde (BPS) do governo federal têm diferença assustadora.

Um exemplo de que o cheiro de superfaturamento está evidenciado está na amoxicilina e clavulanato de potássio, de 500mg e 125mg. Segundo a colunista, a prefeitura pretende pagar R$ 3,96 por cápsula, quando o custo médio do medicamento com essa concentração no sistema do governo federal é de R$ 0,66.

Abismado com a disposição da prefeitura em desembolsar o valor estratosférico, o vereador Tiago Careca (PSC) vai entrar com uma representação contra a prefeita no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ).

Cartas marcadas
Na licitação que será realizada na próxima quarta-feira (20), ganha a empresa que apresentar o menor preço. Entretanto, uma fonte revelou que esse processo já uma carta marcada com a fornecedora dos medicamentos já dada como certa.

Kits alimentação a peso de ouro e estragados
A polêmica compra dos medicados não é a primeira a colocar o governo na mira de críticas e denúncias. A aquisição dos kits alimentação fornecidos pela empresa Nutri Foods Refeições, contratada com dispensa de licitação, à rede municipal teve um item a mais. Produtos estragados, como o arroz mofado (foto), com direito a tapuru em latas de sardinhas, podem levar a prefeita a responder judicialmente pelo caso que revoltou os pais dos cerca de 15 mil alunos.

Ela também poderá responder pelo crime de improbidade administrativa caso o Ministério Público a responsabilize por ‘atentar’ contra a saúde pública ao fornecer alimentos impróprios para o consumo.
Após o escândalo, a Prefeitura vai realizar uma licitação marcada para o próximo dia 25 para a contratação de empresa para a aquisição de gêneros alimentícios da merenda escolar. Os vereadores vão fiscalizar os dois processos licitatórios.