Leilão da CEDAE: Governo achou que tinha força

atualizADA

Por 35 votos a favor, 24 contra e duas abstenções, a Assembleia Legislativa aprovou o projeto de decreto de autoria do presidente da Casa, André Ceciliano, que suspende o leilão da Cedae, que estava previsto para esta sexta-feira na Bolsa de Valores de São Paulo. Procurado o Palácio Guanabara ainda não se manifestou

 

A sessão foi tumultuada. Na tentativa de não dar quorum e evitar desgaste com os servidores da Cedae, parte da bancada do governo inicialmente não votou, como o deputado Márcio Pacheco, líder do governo. Ao verem que haveria quorum, os governistas passaram a votar.

 

Ceciliano diz que Cláudio Castro fez ameaças a parlamentares

 

A sessão Plenária da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) desta quarta-feira (28) foi marcada por um bate-boca entre o presidente da Casa, André Ceciliano (PT) e o líder do governo, deputado Márcio Pacheco (PSC).

 

Ao encerrar a Ordem do Rio, Ceciliano chamou a atenção de Pacheco sobre denúncias de que o governador em exercício, Cláudio Castro (PSC), teria ameaçado parlamentares em relação a votação de suspensão do decreto que autorizou a venda da Cedae.

 

“Eu estou recebendo telefonema desde o dia de ontem, inclusive de ameaças pessoais. Hoje, eu já recebi vários deputados reclamando que, inclusive, o próprio governador tem ligado e fazendo ameaças. Quero dizer ao deputado Márcio Pacheco que nem o governador afastado [Wilson Witzel] fez isso. Nem o governador afastado ligou para deputado ameaçando. Isso não fica bem e não acaba bem. A gente já viu isso aqui”, afirmou Ceciliano durante sessão Plenária virtual.

“É impossível a área de Segurança Pública ficar anos sem aumento, é impossível Educação sem aumento, é impossível Saúde sem aumento e contratação. Eu faço a defesa do parlamento, os parlamentares são livres para votarem a favor ou contra abstenção. Mas, ameaça eu não vou permitir”, completou o presidente da Alerj.

 

Quando pôde fazer uso da palavra, o deputado estadual Márcio Pacheco se manifestou em defesa do governador. Segundo o líder do governo, Claúdio Castro não teria essa postura. Apesar disso, ele foi interrompido pelo presidente da Casa.

 

“O governador Cláudio Castro, para quem o conhece pessoalmente, sabe que não é do seu feitio, não é da sua personalidade, da sua disciplina e do seu aprendizado político tal ação. O governador Cláudio Castro é, talvez, uma das pessoas mais cordatas e preparadas para o trato político que eu conheço”, afirmou Pacheco.

 

“Eu tenho certeza que nem com a oposição mais extrema ele teria este tipo de postura. Não faria isso porque, em primeiro lugar…”, dizia Márcio Pacheco, quando foi interrompido por André Ceciliano.

Veja a sequência do diálogo:

“Deputado Márcio, vossa excelência está dizendo que eu estou mentindo? Que ele não ameaçou parlamentar?”, interrompe André Ceciliano.

“Presidente…”, continua Márcio Pacheco.

“Vossa Excelência, está dizendo que ele não ameaçou parlamentar?”, insiste Ceciliano.

“Estou dizendo, senhor presidente, que o governador Cláudio Castro não ameaça parlamentares”, diz Pacheco.

“O senhor está dizendo que o governador não ameaçou parlamentar? Sim ou não?”, pergunta André Ceciliano.

“Não. Ele não ameaçou nenhum parlamentar”, respondeu Márcio Pacheco.

“Não? Não ameaçou? Você quer que eu dê no nome dele aqui? (…) Eu renuncio meu mandato aqui e quero que Vossa Excelência renuncie o seu se ele não ameaçou”, insiste Ceciliano, apontando para o monitor da video chamada da sessão.