Justiça bloqueia mais de R$ 1 mi desviados da Prefeitura do Rio

A UPA Engenho de Dentro teve serviços fornecidos com notas superfaturadas

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), ofereceu denúncia em face de cinco investigados, e obteve o bloqueio judicial de R$ 1.168.499,16 desviados dos cofres do município do Rio. Realizada em dezembro de 2018, a primeira fase da Operação Calvário denunciou 22 pessoas, acusadas pelo desvio de recursos públicos em contratos firmados junto a unidades de saúde em diferentes estados.

De acordo com reportagem do site eurio, em decisão proferida na última segunda-feira (16), o Juízo da 42ª Vara Criminal determinou o arresto dos valores, de forma solidária, nas contas dos denunciados João BerchmansIorio de Araújo,João Carlos dos Santos e Sérgio Ricardo Seixas de Sá.
De acordo com a denúncia, entre julho e setembro de 2015, João Berchmans e João Carlos, na
qualidade de fiscais de contratos da Secretaria Municipal de Saúde do Rio, solicitaram propina ao também denunciado Daniel Gomes da Silva, controlador da Cruz Vermelha Brasileira do Rio Grande do Sul (CVB-RS).

A CVB-RS era a organização social responsável pela execução do contrato de gestão n° 038/2015, para a operacionalização e o gerenciamento dosserviços de saúde na UPA Engenho de Dentro. Os pagamentosforam feitos entre setembro de 2015 e dezembro de 2018, em 36 datas.

Ainda segundo a denúncia, Daniel desviou ao menos R$ 1.079.524,16 dos cofres municipais para manter o esquema fraudulento, contratando a empresa Andorra Serviços, administrada por Sérgio, para fornecer serviços de nutrição à UPA, com a empresa expedindo notas superfaturadas. A emissão das notas fiscais simuladas era combinada com o então gerente da UPA, o também denunciado Antonio Augusto Vicente de Carvalho, um dos operadores financeiros da organização criminosa.