Guerra entre grupos de milicianos aterroriza a Baixada Fluminense 

Um veículo foi metralhado durante o confronto no Dom Bosco, em Nova Iguaçu

Polícia Militar não confirmou se homem morto no confronto seria integrante de um dos grupos que travam batalha pelo controle de território/Reprodução

A guerra travada entre milicianos pelo controle de território estrá aterrorizando moradores em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Na última quarta-feira, grupos rivais promoveram uma intensa troca de tiros no bairro Dom Bosco. Pelo menos uma pessoa, que seria integrante de um dos bandos, foi morta. No Entanto, a Polícia Militar não confirmou a informação.

De acordo com informações, criminosos comandados por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão de Wellington da Silva Braga, o Ecko, teriam atacado dois homens do bando do seu principal inimigo, Danilo Dias Lima, o Tandera. O 20º Batalhão de Polícia Militar (Mesquita) confirmou o confronto.
Os criminosos do grupo do Danilo Dias teriam pulado para o grupo do Zinho. Nas redes sociais, moradores compartilharam comentários: “A bala tá voando desde cedo, parece que Tandera tomou golpe”, disse. “Muito tiro aqui no Dom Bosco, mas muito mesmo. Fiquem em casa, pelo amor de Deus”.
A PM informou em nota que grupos de criminosos armados entraram em confronto no bairro de Dom Bosco, em Nova Iguaçu. Equipes do 20º BPM (Mesquita) seguiram para a região.

Briga por poder
Desde a morte de Ecko, em junho deste ano, durante uma operação da Polícia Civil, esperava-se que o miliciano Tandera assumisse o poder na Zona Oeste do Rio. No entanto, quem assumiu o poder foi o irmão de Ecko, o Zinho.

Com isso, o território passou a ficar dividido assim: o Bonde do Ecko continuou atuando em bairros da Zona Oeste, arrecadando cerca de R$ 10 milhões em extorsões e práticas de cobranças ilegais; já Tandera ficou com a Região Metropolitana, bairros de Nova Iguaçu, Seropédica e Itaguaí.

Extorsão a motoristas de vans
De acordo com investigações da Polícia Civil, Tandera estaria tentando extorquir motoristas de vans que circulam por Campo Grande, Santa Cruz e Sepetiba, obrigando-os a pagar para ele a taxa ilegal para conseguir trabalhar. De acordo com a pasta, além dessa exploração representar uma expansão territorial, ela também renderia um lucro exorbitante, já que cada dono de van era obrigado a pagar de R$ 500 a R$ 700 por semana para o grupo de Zinho.

Na ocasião, pelo menos sete vans que faziam transporte alternativo de passageiros foram incendiadas em Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, bairros da Zona Oeste. A Polícia Militar confirmou duas mortes decorrentes do confronto.

Além dos ataques às vans, a Zona Oeste registrou uma sequência de homicídios, todos suspeitos de envolvimento com a milícia.