Grávida acusa médico em Queimados de abuso sexual em maternidade

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A dona de casa, que está no final da terceira gravidez, disse que foi abusada na maternidade. A 55ª DP investiga o caso/Reprodução/Record TV/Facebook

Vítima contou que profissional acariciou sua barriga com a mão e depois a deslizou durante consulta de emergência na Maternidade Municipal

Um caso de abuso sexual cometido por um médico contra uma mulher grávida está provocando revolta na Baixada Fluminense. A vítima, que está no final da terceira gravidez, disse que procurou atendimento de emergência na Maternidade Municipal de Queimados no dia 25 de abril porque estava liquido amniótico. Mas não imaginava que passaria por um momento de constrangimento.

A dona de casa, de 32 anos, relatou os fatos na condição de anonimato ao programa Balanço Geral, da Record TV. “A maternidade estava vazia. Eu era a única paciente lá. Meu marido foi impedido de entrar na sala da consulta. Ele (o médico) levantou meu vestido, começou a alisar minha barriga e falou: ‘Você não parece que tem dois filhos. Sua barriga é muito lisinha’. E nisso ele foi descendo a mão. Eu não conseguia dizer nada. E, eu sentada, ele veio e ficou acariciando meu rosto”, contou sem acreditar no que havia acontecido.

Ela disse que decidiu falar para incentivar outras mulheres, que teriam sido vítimas do médico, que não tenham vergonha de falar e denunciar. A dona de casa está tendo acompanhamento psicológico e foi transferida para outra maternidade. O caso foi registrado na 55ª DP (Queimados).

Polícia Civil procura outras vítimas
Títular da 55ª DP, o delegado Bruno Enrique disse que a polícia traalha para encontrar outras vítimas do médico. Vamos procurar outras pacientes nas unidades onde ele atende, em Queimados e Nova Iguaçu, para saber existem outras vítimas.
O suspeito dos abusos prestou depoimento na delegacia e negou as acusações.

Zaqueu Teixeira mostra indignação com o crime: “Espero que o prefeito tome coragem”/Reprodução

Revolta nas redes sociais
O crime provocou revolta as redes sociais e críticas ao prefeito Glauco Kaizer. O ex-deputado estadual Zaqueu Teixeira (PSD) desabafou: “Uma mãe sofrer abuso por um médico que está lá para atender, e ver o prefeito da cidade, senhor Glauco Kaizer (SDD), passar panos quentes e mão na cabeça do médico, é inadmissível”, disse Teixeira que se solidarizou com a vítima e elogiou sua coragem em denunciar o crime.

“Quero dar meu apoio necessário para essa mãe corajosa que foi à delegacia e fez a denúncia grave. Espero que as outras mães façam a mesma coisa. Tenho certeza que o delegado, se procurar em Queimados, em Nova Iguaçu ou onde esse médico atende, vai encontrar outras vítimas desse monstro que deve ser afastado do convívio da sociedade. O lugar dele é na cadeia. Não é na maternidade, prestando atendimento à população queimadense. Espero que o prefeito tome coragem e demita este médico para assegurar às mães que elas serão bem atendidas e não abusadas pelo profissional que está lá atendendo”, conclui Zaqueu

Até ontem, a página do Facebook do ex-deputado registrava mais de 41 comentários condenando a atitude do médico e criticando a passividade do prefeito. Um dos internautas disse: “Não dá pra fazer vista grossa numa situação dessa. O caso deve ser bem analisado e tomada as medidas necessárias. Outro comentou: “Queimados chegou ao limite, é o cúmulo. A população devia urgentemente se juntar e ir às ruas a fim de expulsar esses canalha do poder”.

O instituto social que administra a Maternidade Municipal de Queimados disse que não compactua com qualquer tipo de violência e que vai aguardar as investigações sobre o caso.

Gestão do prefeito Glauco Kaizer mal começou e já está manchada por escândalos/Reprodução

Caso de estupro é denunciado ao MP
No início deste mês, Zaqueu Teixeira já havia usado as redes sociais para manifestar indignação de um caso de estupro uma menina que foi abusada dos 6 anos até os 13 anos em Queimados. O suspeito era chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (Semuttran) e foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).

Em um vídeo com duração de 1 minuto e 31 segundos, publicado na página do seu Facebook, o ex-chefe da Polícia Civil do RJ (2002) e também ex-secretário municipal de Segurança Pública de Duque de Caxias (2009), enviou um recado direto para o prefeito Glauco Barbosa Hoffman Kaizer (SDD).

“Ele (prefeito) tem na prefeitura o chefe de gabinete da Secretaria de Transporte, Marcelo Clausi Silva da Luz, que responde a um processo (1400.08.2021.8.19.0067) por ter abusado sexualmente de uma criança, uma menina, dos 6 até os 12 anos de idade. Este é um crime inadmissível”, enfatizou o político.

 

Reportagem: Antonio Carlos