Governo quer segurar preço do diesel com poder de convencimento

Petrobras teria que arcar com a defasagem entre os preços no mercado interno e os internacionais

Estratégia deve ser planejada através do conselho de administração da Petrobras, tendo como base a guerra na Ucrânia

O governo federal quer segurar os preços do óleo diesel via Petrobras. Isso seria feito por meio do conselho de administração da estatal, no qual a União detém 6 das 11 cadeiras. A tática, segundo publicou o site O Poder360, é forçar uma discussão sobre a “função social” da estatal, alegando que a guerra na Ucrânia criou um ambiente de instabilidade e, portanto, a medida seria emergencial.

Dessa forma, a Petrobras teria que reduzir sua margem de lucro e arcar com a defasagem entre os preços praticados no mercado interno e os internacionais, reajustando os combustíveis com menos frequência.

Na última segunda-feira (9), a estatal reajustou o óleo diesel vendido em suas refinarias pela 3ª vez este ano. O aumento foi de 8,9%, enquanto a alta acumulada em 2022 chega a cerca de 40%. Isso porque a estatal adota o preço de paridade internacional (PPI), que equipara os valores praticados no mercado interno aos internacionais.

Queda de presidentes
Os aumentos já derrubaram dois presidentes da estatal: Roberto Castello Branco, em 2021; e Joaquim Luna e Silva, há 1 mês. Na última quarta-feira (11), foi a vez do ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia), substituído por Adolfo Sachsida, que integrava a equipe do ministro Paulo Guedes (Economia).

O site apurou ainda que há na equipe econômica a ideia de estabilizar os preços no nível atual, de R$ 4,91 por litro nas refinarias. Dessa forma, mesmo que os preços baixem no mercado internacional, o valor do diesel não seria reduzido pela Petrobras.