Governo decreta decreta toque de recolher entre 23h e 5h em todo o estado

Cláudio Castro, governador em exercício no Rio de Janeiro, chegando no Palácio do Planalto para encontro com o presidente Jair Bolsonaro. Sérgio Lima/Poder360 10.02.2021

Cláudio Castro (ao microfone) e Eduardo Paes (D) em coletiva no Palácio Guanabara/Matheus Rodrigues/G1

Após reuniões com prefeitos e empresários, o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PSC), anunciou que o Estado terá um toque de recolher por 7 dias. A partir de hoje, fica proibida a permanência em área e praças públicas das 23h às 5h. A medida tenta conter o avanço da covid-19 no Rio.

As novas medidas valerão até a próxima quinta-feira, e haverá reuniões semanais com prefeitos da região metropolitana e com o setor produtivo para analisá-las antes de uma possível renovação.

Boates, casas de espetáculo e rodas de samba estão proibidas de funcionar; bares e restaurantes só podem funcionar até 23h e com 50% de ocupação, sendo que municípios podem optar por horários mais limitados – na capital, por exemplo, têm que fechar às 21 horas.

O comércio, por sua vez, deve abrir em horários escalonados, e bancas de jornal não podem vender bebidas alcoólicas. Citadas brevemente por Castro ao lado de prefeitos e de representantes da economia, as medidas devem ser mais detalhadas no decreto.

Vacinação
Na coletiva de imprensa, o governador também afirmou que o Estado trabalha para criar um plano de vacinação unificado. Após a capital interromper o calendário de imunização por falta de doses, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, disse que a escassez se dava por causa da ida de moradores de outros municípios a postos de Saúde do Rio.

Discussão com Doria
Na última quinta-feira, Castro teve atrito com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). O tucano criticou o chefe do Executivo fluminense por não ter assinado a carta batizada de “Pacto Nacional em Defesa da Vida e da Saúde”, endossada por governadores. No Twitter, ele rebateu recomendando a Doria um chá de camomila.

“Respeito o governador de SP. Reconheço sua liderança, mas acho que está fora do tom. Espero que sua atitude não seja reflexo do novo cenário eleitoral, e sim por conta do aumento de casos da Covid. Recomendo a ele um chá de camomila e que cuide de SP, porque, do Rio, cuido eu”, escreveu o aliado do presidente Jair Bolsonaro.

Perguntado sobre as declarações nesta sexta, Castro voltou a criticar o posicionamento do paulista e indicou que ele faz “politicagem” com a pandemia. “A gente não faz politicagem. Quem tem falado é a técnica, ao contrário de outros por aí que fazem palanque na hora da coletiva”, apontou. “Ele (Doria) não está aqui no Rio de Janeiro para saber o que está se passando. Ele não ouve nossos técnicos, nossa cadeia produtiva.”

O Rio vinha sendo questionado sobre a demora em adotar medidas restritivas, enquanto outros Estados anunciavam fechamentos mais severos. Segundo Castro, só agora os técnicos ouvidos pelo governo as recomendaram, já que a situação estaria menos alarmante do que em locais como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, os três citados por ele durante a explicação.