Gatos são encontrados mortos em Nova Iguaçu; causa pode ter sido envenenamento e DPMA investiga o caso

Os felinos são alimentados pelos moradores da região/Reprodução

Um dos gatos encontrados mortos após ingerir substância tóxica colocada na vasilha de ração/Reprodução

Uma onda de extermínio de gatos tem tirado o sono de moradores do bairro Marco 2, em Nova Iguaçu. Na semana passada três deles apareceram mortos e um está desaparecido. O mistério começou a acender o alerta dos vizinhos da Rua Dr. Ari de Almeida Silva há cerca de três meses, quando um gato, que vivia na região, desapareceu.

Segundo informações, os felinos vivem em grupos e recebem alimento e água dos moradores. O criminoso aproveitou uma das vasilhas usadas para colocar ração e despejou uma substância tóxica. Pela aparência avermelhada e conhecida parece tratar-se de raticida, veneno para matar ratos.

Quatro patas cortadas
Um outro caso chocante envolvendo maus-tratos a animais aconteceu em outro bairro, Austin. Um gato encontrado morto teve as quatro patas cortadas. As imagens fortes foram enviadas ao ativista e defensor dos animais, Rodolfo Maya.

Ele denunciou os casos à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) através de petição para conhecimento do fato e providências.

“Temos que dar um basta aos maus-tratos animais, punindo os responsáveis de forma a inibir novas práticas e condutas. Não podemos permitir tamanha crueldade com os nossos Animais. É preciso que o poder Executivo implemente políticas de proteção para intensificar a fiscalização nos casos de crueldade, bem como a instalação de uma unidade da DPMA da Polícia Civil na Baixada Fluminense, uma vez que temos que recorrer ao Rio, onde fica a sede do órgão”, enfatiza Rodolfo.

Pena de dois a cinco anos de prisão
Vale lembrar que é crime maltratar e matar animais. No passado, o Congresso aprovou a Lei 14.064/2020, que altera a Lei de Crimes Ambientais, aumentando a pena de maus-tratos a cães e gatos, de um ano e quatro meses para dois a cinco anos.

Abandono de gatos em estações de trens
Em fevereiro deste ano, um grupo de ativistas do qual faz integra Rodolfo denunciou à DPMA o abandono de gatos nas estações da Supervia, concessionária que administra o transporte de trens.

O grupo esteve na estação de Comendador Soares, em Nova Iguaçu, após serem alertados através das redes sociais que os animais viviam confinados e sem alimentação. Segundo ele, pelo menos 20 gatos foram encontrados nas estações de Comendador Soares e Queimados.

Rodolfo disse que, infelizmente, os casos de maus-tratos têm sido comuns, e lembrou dos cães envenenados em Austin, também em Nova Iguaçu. “Muitas pessoas são cruéis e fazem isso com os bichos indefesos. Eu e outros ativistas encontramos gatos abandonados nas estações de trem. Fomos impedidos pela Supervia de entrar na área das plataformas para que pudéssemos fazer o resgate. Denunciamos o fato à DPMA, que irá investigar”, concluiu.

 

Reportagem: Antonio Carlos