Gabriel Monteiro é denunciado pelo MPRJ por filmar sexo com adolescente

Documento do MP pede que Gabriel Monteiro seja condenado pelo crime

Conselho de Ética anuncia decisão que pode cassar mandato de vereado/Gabriel Barreira/TV Globo

O vereador Gabriel Monteiro (PL) foi denunciado nesta sexta-feira (8) à Justiça pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por ter filmado as relações sexuais que teve com uma adolescente. No documento, o MP pede que o parlamentar seja condenado pelo crime.

A Promotoria de Justiça descreve que o vereador, “de forma livre e consciente, filmou através de telefone celular cena de sexo explícito” com uma adolescente que, na época, tinha 15 anos.

Segundo trecho da denúncia oferecida à 28ª Vara Criminal da Capital, a vítima conheceu Gabriel numa academia do condomínio onde o vereador mora.

O MP narra que os dois trocaram mensagens e que, em determinado momento, Gabriel Monteiro convidou a adolescente para ir na mansão dele, num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

Também de acordo com a promotoria, passados cinco meses desde o primeiro encontro, o parlamentar usou o próprio celular para filmar a adolescente enquanto eles tinham relações sexuais.

Na quinta-feira (7), Gabriel Monteiro foi alvo de uma operação da Polícia Civil que investiga justamente o vazamento de vídeos íntimos com uma adolescente.

O vereador estava em casa e acompanhou a operação. Armas, discos rígidos e outros itens foram apreendidos pelos policiais da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes).

Denúncia é aceita por comissão da Câmara

Os vereadores que integram a Comissão de Justiça e Redação da Câmara de Vereadores do Rio aceitaram ontem (8) a denúncia contra o vereador Gabriel Monteiro (PL). Os parlamentares do colegiado analisaram se a representação que pede a cassação atendia aspectos legais.

Dois dos três parlamentares votaram pela admissibilidade: Inaldo Silva e Dr Gilberto. Já Alexandre Isquierdo, que é presidente do Conselho de Ética, se declarou impedido.

“Claro que a comissão não pode ser levada pela emoção, pelo calor, por tudo que aparece na imprensa. A comissão não julga mérito. A gente estava analisando cada fato chegando. Nós da Comissão de Justiça e Redação por maioria de votos, já que o Alexandre Isquierdo não pode votar por presidir o Conselho de Ética, decidimos pela admissibilidade”, disse o presidente da comissão, Inaldo Silva.

Na próxima terça-feira (12), às 14h30, o Conselho de Ética da Casa se reúne para sortear o relator que vai ser o responsável pelo caso. O relator vai poder chamar testemunhas, recolher novas provas e ouvir o vereador. Ele também será responsável pelo documento final que pode pedir ou não a cassação de Gabriel Monteiro.

Pressão
De acordo com informações de fontes da Casa, o parlamentar vem pressionando colegas da Câmara para não ter o mandato cassado. O influencer e ex-PM tenta convencê-los de que está sendo alvo de uma “máfia”.

Na última quinta-feira (7), Monteiro afirmou no plenário da Câmara, sem provas, que um ex-assessor de seu gabinete está “de conluio contra ele com a máfia dos reboques“. Após a fala, o vereador abordou integrantes do Conselho de Ética em uma sala anexa ao plenário, pedindo para que votassem contra sua cassação.

Monteiro tem sido aconselhado a renunciar, para que não perca os direitos políticos por oito anos. O vereador, contudo, considera que renunciar seria “ceder ao conluio”. A avaliação dentro da Câmara é que Monteiro renunciará, mas não antes de usar a situação para favorecê-lo politicamente. O ex-PM quer se candidatar a deputado estadual.